ATA DA CENTÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA
DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM
29-10-2015.
Aos vinte e nove dias do
mês de outubro do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas
e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Clàudio
Janta, Dinho do Grêmio, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista,
Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni e Waldir Canal. Constatada a existência de
quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Cassio Trogildo, Delegado
Cleiton, Dr. Goulart, Dr. Raul Fraga, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, João
Bosco Vaz, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Séfora Gomes Mota e
Sofia Cavedon. À MESA, foi encaminhado o Projeto de Lei do Legislativo nº
211/15 (Processo nº 2109/15), de autoria de Márcio Bins Ely. Do EXPEDIENTE,
constaram os Ofícios nos 0918
e 0943/15, de Graça Cristina Freire de Campos, Coordenadora de Filial –
GIVOV/PO – Caixa Econômica Federal. A seguir, o Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Bettina Müller, Presidenta do Conselho Gestor, e
a Plínio Marcos Rodrigues, Conselheiro da Associação do Centro Cultural
Companhia de Arte, que discorreram sobre projetos da instituição. Em continuidade, nos termos do artigo
206 do Regimento, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon, Prof. Alex Fraga, Mônica Leal
e Dr. Goulart manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular.
Os
trabalhos foram suspensos das quatorze horas e quarenta e cinco minutos às
quatorze horas e quarenta e seis minutos. Em
continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos
termos do Requerimento nº 126/15 (Processo nº 2270/15), de autoria de Clàudio
Janta, a assinalar o transcurso do Dia do Comerciário. Compuseram a Mesa: Mauro
Pinheiro, presidindo os trabalhos; Luis Carlos Barbosa, Diretor do Sindicato
dos Empregados no Comércio de Porto Alegre; Dionísio Mazui, da Federação
Intermunicipal de Sindicatos de Trabalhadores no Comércio de Bens e de Serviços
da Força Sindical no Rio Grande do Sul; e Marcelo Furtado, da Força Sindical. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciou-se Clàudio Janta. Após, o Presidente concedeu a
palavra a Luis Carlos Barbosa, que agradeceu a homenagem. Os trabalhos foram suspensos
das quinze horas e quatorze minutos às quinze horas e dezessete minutos. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se Sofia Cavedon, em tempo cedido por Alberto
Kopittke, Rodrigo Maroni, Lourdes Sprenger, Kevin Krieger, Dr. Goulart e Engº
Comassetto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Rodrigo Maroni, Lourdes
Sprenger, Alberto Kopittke, Márcio Bins Ely, Kevin Krieger, Dr. Goulart,
Clàudio Janta, Engº Comassetto e Idenir Cecchim. Na ocasião, foi apregoado
Requerimento de autoria de Séfora Gomes Mota, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde no dia vinte e sete de outubro do corrente. Ainda, foi
apregoado o Ofício nº 1189/15, do Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei do
Executivo nº 036/15 (Processo nº 2503/15). A seguir, foi aprovado Requerimento
verbal, de autoria de Mauro Pinheiro, solicitando alteração na ordem dos
trabalhos da presente Sessão. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 032/14, os Projetos de Lei do Legislativo nos 025/14, 155, 187, 216, 218 e 242/15; em
2ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 020 e
022/15, os Projetos de Lei do Legislativo nos 183, 203, 208 e
210/15, os Projetos de Lei do Executivo nos 031, 033 e 034/15 e o
Projeto de Decreto Legislativo nº 004/15. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão
Preliminar, o Projeto de Lei do Executivo nº 035/15, discutido por Engº
Comassetto, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger e Clàudio Janta. Na ocasião, foi
apregoado Memorando nº 005/15, de autoria de Kevin Krieger, informando, nos
termos dos §§ 6º e 7º do artigo 227 do Regimento, que participaria, no dia
quinze de outubro do corrente, de reunião no gabinete da Senadora Ana Amélia
Lemos, em Brasília – DF. Às dezessete horas e vinte e um minutos, o Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a sessão ordinária
da próxima quarta-feira, à
hora regimental. Os trabalhos foram presididos por Mauro Pinheiro e secretariados
por Rodrigo Maroni. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos à
A Tribuna Popular de hoje terá a presença da
Associação do Centro Cultural Companhia de Arte, que tratará de assunto
relativo aos projetos da instituição. A Sra. Bettina
Müller, Presidente do Conselho Gestor da Companhia de Arte, está com a palavra,
pelo tempo regimental de 10 minutos.
A SRA. BETTINA MÜLLER: Boa tarde, colegas
de profissão, amigos artistas aqui presentes; boa tarde, Srs. Vereadores e
funcionários desta Casa; colegas do Sindicato dos Artistas, colegas de luta;
boa tarde às pessoas que estão assistindo pela TVCâmara. Eu venho aqui
representando o Conselho Gestor do Centro Cultural Companhia de Arte, e o meu
objetivo nesta tribuna é apresentar a todos a Companhia de Arte, contar sobre a
sua origem e explicar o funcionamento, a importância para a comunidade
artística e cultural; além de mostrar as conquistas realizadas e expor alguns
projetos futuros.
O Centro Cultural
Companhia de Arte é carinhosamente conhecido como Companhia de Arte. Ela atua desde 1985 no cenário cultural de Porto Alegre, está
localizada no coração da nossa Cidade, na Rua da Praia, nº 1.780, próximo à
Santa Casa. A sua sede é um prédio público de nove andares. A Companhia de Arte
conta com um teatro de 120 lugares, biblioteca, restaurante-café, atelier e
salas multiuso. Nas suas dependências ocorrem espetáculos, apresentações,
teatro, música, dança, exposições, ensaios, seminários, oficina de formação,
além de confecção de cenários, figurinos, bonecos e adereços cênicos. Pelos
espaços da Companhia de Arte são gestados, ensaiados, montados e apresentados
mais de 70% da produção cênica e cultural local. Há 30 anos, a Companhia de
Arte é um importante polo da economia cultural criativa do Estado, ela é um
ícone de conquista dos artistas ao resistir como espaço exclusivo de
desenvolvimento de artes, com gestão autônoma e autossustentável, que funciona
de segunda a sábado, das 9h às 22h, e domingo à tarde, atendendo a comunidade.
Eu vou contar um
pouco mais da nossa história para situar sobre o contexto democrático da
Companhia de Arte. O prédio da Companhia de Arte, inicialmente, pertencia à
Caixa Federal e era administrado pela APCEF – Associação Pessoal da Caixa
Econômica Federal. Em 2000, após várias tentativas de leilão do prédio, a
Prefeitura adquiriu o prédio, com o compromisso de entregar à classe artística
para a administração democrática. Assim, há 15 anos, a Companhia possui uma
gestão voluntária dos artistas, produtores culturais locais. A Associação do
Centro Cultural Companhia de Arte, possui um conselho gestor eleito
democraticamente há cada dois anos pela classe artística, pela comunidade
cultural e os seus usuários. Esse modelo de gestão democrática e autônoma é
único no Brasil e se tornou referência em todo país. O atual conselho gestor,
que assumiu em dezembro/2014, está trabalhando muito para qualificar mais ainda
a Cia. de Arte, entretanto, em janeiro/2015, o prédio foi interditado pelo
Corpo de Bombeiros, devido a um princípio de incêndio na casa das máquinas do
elevador. Isso significou interromper todas as atividades que geravam algum
recurso para sustentabilidade do Centro Cultural. Em junho/2015, foi implantada
a primeira etapa do PPCI, Plano de Prevenção e Combate ao Incêndio. Num
trabalho conjunto do Conselho Gestor, funcionários, e do Restaurante-Café, que
foi quem emprestou dinheiro para a Companhia de Arte realizar essa etapa, a
gente pode retomar as atividades reabrindo as portas em caráter provisório.
Para a concessão do alvará dos bombeiros e liberação definitiva do prédio, será
necessária a implantação da etapa final do PPCI, os recursos serão necessários:
R$ 70 mil para implantação da parte final do PPCI e mais R$ 30 mil para
manutenção do elevador. Em função disso, os gestores e a comunidade cultural
iniciaram uma campanha “Abrace a Companhia”. É uma campanha colaborativa
destinada a levantar fundos para ajudar na reabertura definitiva do prédio da
Companhia de Arte. Independente das adversidades, o Conselho Gestor está
elaborando um projeto de recuperação arquitetônica e reciclagem do prédio-sede
do Centro Cultural. Esse projeto é elaborado pensando nas atividades dos
próximos 20 anos da Companhia de Arte. Ele iniciará com estudos e levantamentos
das necessidades estruturais e arquitetônicas para o edifício e suas
possibilidades de ocupação futura. Essa etapa resultará em um projeto
arquitetônico-executivo que servirá para concorrer em editais públicos
destinados à reciclagem dos centros culturais. São editais que contam com
financiamento privado, através do rebatimento de fiscal. O projeto
arquitetônico-executivo para concorrer aos editais vai custar R$ 20 mil.
Finalizando a nossa tribuna, eu gostaria de expor a nossa satisfação em poder
ser ouvido nesta Casa do Povo e informar que estamos construindo emendas
populares ao Orçamento Municipal em conjunto com o Sindicato dos Artistas e a
Casa do Artista Riograndense, lar dos nossos idosos artistas. Tudo isso visa
ajudar a manter a Cia de Arte como um forte polo de economia criativa cultural
e artística de nossa Cidade. Lembramos que a Companhia de Arte é uma conquista
da classe artística que se tornou patrimônio cultural, é o único centro
cultural do País gerido democraticamente pela comunidade artística e cultural.
Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Sr. Plínio
Marcos Rodrigues, conselheiro da Associação do Centro Cultural
Companhia de Arte, está com a palavra.
O SR. PLÍNIO MARCOS RODRIGUES: Boa tarde,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; colegas de profissão, Ver.ª Sofia. Como bem
disse a nossa Presidente do Conselho Gestor da Companhia de Arte, a Companhia
de Arte é um polo de economia criativa, é um polo de produção cultural muito
importante para a cidade de Porto Alegre. Porém, o que traz o Sindicato dos
Artistas a esta Tribuna é que a Companhia de Arte é também um polo de geração
de emprego e renda para os artistas da Cidade. Por isso, o Sindicato está tão
preocupado com a qualidade financeira e com o futuro, próximo e longínquo da
Companhia de Arte. É muito importante que um centro cultural que tem mais de 4
mil visitantes e usuários por mês, entre usuários do teatro, alunos,
professores, artistas e os que utilizam o bar e restaurante ali embaixo, tenha
o apoio necessário para continuar suas atividades.
Preocupa muito o
Sindicato dos Artistas a falta de eco com que a Prefeitura Municipal tem
rebatido a voz da classe artística. É muito triste ter que subir de novo nesta
Tribuna Popular, sendo que o Sindicato já veio aqui pedir melhores condições de
trabalho para os artistas, reabertura dos teatros, lançamento de edital de
ocupação do Teatro Glênio Peres desta Casa, que ainda não foi lançado, pedindo
que a gente tenha que devolver R$ 160 mil em vez de estar investindo esse valor
em montagens teatrais para apresentação aqui na Câmara.
Por fim, também é
triste dizer que esta Casa não derrubou os vetos do Prefeito ao Plano Municipal
de Cultura, tornando esse Plano inócuo por ser um plano sem verba. E essa verba
poderia estar também ajudando a centros culturais do
Município, como a Companhia de Arte, a Usina das Artes e a Usina do Gasômetro.
(Procede-se a
apresentação de eslaides.)
O SR. PLÍNIO MARCOS RODRIGUES: Estão passando alguns eslaides mostrando algumas atividades que a
Companhia de Arte vem fazendo ao longo dos anos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Rodrigo
Maroni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RODRIGO MARONI: Boa tarde, Sr. Presidente,
Ver. Mauro Pinheiro; boa tarde aos nossos oradores, Sr. Plínio Marcos e a Sra.
Bettina Müller, do Conselho de Gestores da Companhia de Arte, ao público que
nos assiste nas galerias, da cultura, das artes. É uma satisfação enorme, mais
uma vez, as artes estarem nesta Câmara Municipal. Eu tive a oportunidade, na
minha juventude, de fazer teatro e comentava isso com o Ricardo Restori e com o
seu irmão, Fábio, e com o próprio Luciano, da Casa dos Artistas, mas descobri que
não era um bom ator. O meu primeiro vestibular, inclusive, foi para fazer
Teatro na UFRGS e descobri, depois, fazendo o TEPA, entre outros cursos, que
não era bom ator. Mas a arte e a cultura sempre foram muito fortes em minha
família, de uma forma ou outra, através do meu pai. E depois vim a trabalhar
com a Margarete Moraes – que hoje está no
Minc –, tenho muito orgulho de falar que fui estagiário no seu gabinete
aqui na Câmara de Municipal, e fico mais orgulhoso ainda de, alguns anos
depois, voltar como Vereador. O debate da cultura é um debate que nunca vai se
esgotar, sua importância é fundamental sempre. Aqui, no meu início de mandato,
a gente fez algumas reuniões, quando chamei o povo da cultura, das artes
plásticas, até veio o André Venzon, entre outras pessoas, a Jussara Pellin, que
eu tenho um carinho enorme, a própria Leila, que eu gosto bastante, e a Marga.
Quero dizer que em relação a esse debate da cultura a Casa tem que se
posicionar. Inclusive, comentei que isso tem que ser contínuo. A cultura é um
debate que vai ser para sempre, e eu, inclusive, me disponho aqui, junto a ti,
Presidente, a fazer um indicativo de lei e levar ao Prefeito, levar ao
Vice-Prefeito, já que essa emenda foi recusada aqui, na Câmara de Vereadores,
através do veto, lamentavelmente. Eu não vim, em nenhum momento, publicamente
falar sobre isso, vou falar a primeira vez. Não adiantaria ser votado algo que
a gente não tem poder para votar, aquilo ali seria, na verdade, um projeto que
se esgotaria em si próprio – uma demagogia. E eu prefiro não fazer demagogia
com a cultura. A cultura é de gente trabalhadora, que vive dela. Isso não pode
parar na gaveta de alguém sem ter responsabilidade de onde sairia, porque esse
dinheiro, de algum lugar, teria de sair. E nós aqui, eu aposto, não sabemos de
onde sairia. Então, quem pode dizer de onde sairia o recurso seriam o Prefeito
e o Secretário de Cultura, e é o caminho certo que tem que ser feito. Por isso
eu sou a favor, completamente a favor, que a gente faça um projeto de
indicativo de lei e leve para o Prefeito para construir, sim, uma alternativa
para a cultura, real, e que a cultura saia fortalecida, bem financiada e cada
vez maior. Parabéns pelo trabalho de vocês, parabéns ao povo da cultura e
tenham todo o meu apoio sempre.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Bom, eu cumprimento
com muito carinho o Plínio e a Bettina, porque acho que são dois jovens que
estão à frente de lutas muito importantes que não são de interesse de um grupo
ou outro, mas da sociedade gaúcha e porto-alegrense. Porque o acesso à cultura,
a possibilidade da fruição e da investigação e da realização da arte estão
muito distantes de serem garantidos ainda como direito, como está escrito na
Constituição. E aí, meu colega Ver. Maroni, quero discordar de V. Exa. sobre o
Plano Municipal de Cultura; nós não estávamos fazendo uma vinculação de
legislação, nós estávamos estabelecendo metas, uma vez que o Plano de Cultura
terá metas a partir da Conferência de Cultura. E para um plano ter metas para
expansão do acesso e qualificação precisa ter metas orçamentárias. Demagogia é
dizer que tem compromisso com a cultura, mas não dispor os recursos. Se não
põem recursos, não tem como realizar metas, como ampliar, como tratar com
respeito os trabalhadores da arte. E esse caso da Companhia de Arte é um deles.
Veja, a Companhia de Arte existe há muito mais tempo do que a aquisição do
prédio da subida da Rua dos Andradas. Esse prédio é onde a gente se acostumou a
ir neste teatro, que é um teatro aconchegante, emblemático, da resistência
cultural de esquerda transformadora. E nesse teatro, com a aquisição do prédio,
que era da Caixa Federal, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, com o Raul Pont,
desde lá, os artistas vêm se organizando de forma muito unida, superando
dificuldades, colocando aquelas salas à disposição dos grupos de teatro para
ensaiarem suas peças, dos grupos de dança. Tem um conselho gestor, ninguém
recebe nada para ser dessas instituições e estão lá levantando um prédio de
nove andares, enfrentando dificuldades estruturais de elevador. Está aqui o
prédio (Mostra documento.), e a Prefeitura de Porto Alegre, além da cessão de
uso, ainda não tem nenhuma contribuição financeira com um equipamento que está
a serviço da sociedade de Porto Alegre. Afinal, cultura é um espaço de Porto
Alegre, é um espaço que todos podem entrar e podem construir a sua arte para
nós usufruirmos.
Então o Abrace a Cia.
de Arte tem feito movimentos muito importantes. Já conseguiram reabrir, porque
foi fechado, Presidente, por causa dos PPCIs. Aqui foi feita uma emenda
popular, nós colocamos no Orçamento de 2013, e não foi possível realizar, e
agora a Companhia de Arte, que já reabriu, que já conseguiu vários apoios,
precisa ir adiante. Estão elaborando emendas populares, e nós queremos, Maroni,
o apoio desta Casa para continuar, principalmente, especialmente, num projeto
de restauro, que vai indicar toda a possibilidade de recuperação, de otimização
daquele espaço.
Então, parabéns! Eu
considero a Companhia de Arte emblemática da cultura, porque é autogestionária
e porque é fomento, é suporte para a luta da cultura em geral. Um bom trabalho!
Força para os artistas! E que, no Orçamento, possamos acolher as emendas
populares para que elas possam chegar até a Companhia de Arte. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Prof.
Alex Fraga está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde, Plínio e
Bettina. Eu falo em nome da Ver.ª Fernanda Melchionna também, que,
infelizmente, não pôde estar aqui, neste momento, para fazer esse aparte, essa
manifestação, porque ela está participando de uma plenária, mas volta em
seguida. Então ela pediu que eu a representasse também como integrante da
Bancada do PSOL.
Para mim, também, é
um privilégio poder participar, porque a minha mãe, que trabalhou durante
muitos anos na Caixa Econômica Federal – recentemente, se aposentou –, sempre
foi ativa dentro da APCEF – Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal,
então eu conheço um pouco do trabalho da Companhia de Arte, justamente pelo
vínculo que minha mãe teve, pelo apoio às atividades que eram sempre divulgadas
pela Associação.
Parabéns pelo
trabalho de vocês! Infelizmente, tenho que concordar com a fala do Plínio nesta
tribuna. O contingenciamento de verbas, que se deu pelo veto àquela emenda que
destinava recursos ao Plano Municipal de Cultura, foi um crime a esse plano
importantíssimo. A cultura esteve, no Orçamento Participativo, como a terceira
prioridade da cidade de Porto Alegre – terceira prioridade! –, e nós não temos
recursos para ela. Eu, que sou professor, defendo a minha área, defendo a
educação, mas a educação – a sala de aula – precisa ser complementada pelo
esporte, pelas atividades culturais. O nosso trabalho é incompleto se pensarmos
em educação apenas como o espaço de sala de aula, professor, aluno e quadro.
Destaco, também, para
o Ver. Rodrigo Maroni, que esta Casa tem um projeto, para ser apreciado e
votado, que destina um aumento na quantidade de cargos de confiança de alto
grau para a Secretaria Municipal de Educação. Sou terminantemente contrário a
essa proposta, porque já há estrutura e quadro técnico, competente e
responsável, para agir dentro da SMED. E, pelos cálculos estimados, nós
teríamos um gasto de R$ 7 milhões anuais na criação desses cargos para a SMED.
Então, verba há; o problema é o gerenciamento, as prioridades e o uso dessas
verbas.
Bom trabalho a vocês.
Que continuemos a luta, para que a cultura na nossa Cidade não morra.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Mônica Leal está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente,
nossos convidados da Tribuna Popular, não quero entrar na política e fazer,
aqui, críticas, levando para outro assunto. O que interessa, e eu quero deixar
registrado, em nome da Bancada Progressista de Porto Alegre, como ex-Secretária
da Cultura do Rio Grande do Sul, é a importância do Centro Cultural Companhia
de Arte, que é uma proposta inédita no Brasil, gerida pelos artistas. Vocês têm
todo o apoio da Bancada Progressista, dos Vereadores João Carlos Nedel,
Guilherme Socias Villela, Kevin Krieger e desta Vereadora que vos fala com
muito orgulho.
Parabéns! Que
continuem e contem com o apoio desta Casa. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. DR.
GOULART: Boa tarde, meus queridos. Quero cumprimentá-los e onde tiver uma alma em
volta do teatro, o lugar é precioso, tanto que o nosso visitante tem o nome de
Plínio Marcos. Talvez seja por causa do nosso grande teatrólogo e artista. Para
a Bettina, eu ofereço – para chamar a atenção da ajuda que temos que dar aos
centros de teatro – uma pequena passagem de Shakespeare falando da morte de
César. “Prestai atenção, senhores! Eu vim aqui para enterrar César, não para
elogiá-lo. Todo o mal que os homens fazem, vive depois deles. Todo o bem é
quase sempre enterrado com seus ossos.” Mas o nobre Brutus diz que César é
ambicioso, e Brutus é um homem honrado. Como todos eles são honrados. César
trouxe para Roma uma multidão de cativos. Isso parecia ambicioso em César, mas
o nobre Brutus diz que César é um homem ambicioso, e Brutus é um homem honrado.
Prestai atenção, senhores! Vede bem este manto. Eu me lembro a primeira vez que
César o usou. Vede, por aqui passou o punhal de Casca, fez um rasgão que fez
Cássio; por aqui passou o punhal do bem amado Brutus, seu filho. E notai como o
sangue de César como que correu à porta para certificar-se que era Brutus, seu
filho, que batia de maneira tão cruel. Mas fosse eu Brutus, me chamariam de
Marco Antônio Brutus e eu seria capaz de erguer em revolta, com a minha língua,
todas as pedras de Roma, pois meu pai César era um homem e como ele que outro
haverá? Salve o teatro do Rio Grande do Sul!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Agradecendo a presença dos nossos convidados.
Sempre que desejarem, a nossa Casa estará de portas abertas. Muito obrigado.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h45min.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 14h46min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos às
Hoje, este período é
destinado a homenagear o Dia do Comerciário, nos termos do Requerimento nº
126/15, de autoria do Ver. Clàudio Janta. Convidamos para compor a Mesa: o Sr.
Luis Carlos Barbosa, Diretor do Sindicato dos Empregados do Comércio; o Sr. Dionísio
Mazui, Presidente em exercício da Fetracos; o Sr. Marcelo Furtado, Presidente
em exercício da Força Sindical.
O Ver. Clàudio Janta, proponente desta homenagem,
está com a palavra em Comunicações.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, comerciante Mauro Pinheiro; Sr. Luis Carlos Barbosa, que
aqui representa a Direção do Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre, um
comerciário de setor de ótica da nossa Cidade; companheiro Dionísio Mazui, que
vem lá do Quaraí, e representa aqui o setor de Farmácia; e a nossa entidade
maior do setor do comércio, a Fetracos, companheiro Marcelo Furtado, que
representa o setor de calçados, que neste ato representa a nossa central, a
força sindical, e que é o presidente em exercício dessa central. Hoje é um dia
muito importante, porque a casa do povo de Porto Alegre aqui tem o seu
representante, o comerciário do setor de supermercados, o Presidente desta Casa. Esta
Casa representa e homenageia a categoria que está em todos os bairros desta
Cidade, uma categoria que está, pode-se dizer, em quase todas as ruas desta
Cidade; uma categoria que está presente desde o extremo sul até o extremo norte
de Porto Alegre, que é a maior categoria da iniciativa privada do Estado do Rio
Grande do Sul, e está em Porto Alegre. E que vem evoluindo, vem crescendo, que
viu nascer, na Cidade de Porto Alegre – Ver. Villela, que foi Prefeito desta
Cidade – mais de 18 shopping centers.
E que pensou que iriam ficar, Ver. Idenir Cecchim, somente em shopping, mas vê agora essa categoria
voltar para as ruas. Essa categoria que vê não somente a Av. Nilo Peçanha, a
Rua Padre Chagas, mas volta a ver o Centro. O senhor teve uma contribuição
muito importante nisso – junto com essa entidade que representa os
comerciários, junto com o Sindilojas –, devolver o Centro à população de Porto
Alegre, quando, junto com os comerciários e lojistas, discutiram a questão de
tirar os camelôs da rua e construir o camelódromo,
criar regras. E hoje nós vemos as empresas voltando para o Centro de Porto
Alegre, vemos as empresas voltando para os bairros, vemos o comércio, apesar de
toda a crise, colocando para a rua o que a indústria produz. Sem essa
categoria, podem bater recordes, Ver.ª Lourdes, de produção de geladeiras,
podem bater recordes de produção de fogões, podem bater recordes de carros de
motos, de eletroeletrônicos; se nós não estivermos lá para vender roupas e
sapatos, todos esses produtos, com certeza, a economia deste País não cresce,
não se desenvolve.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Janta, como
sempre aqui na Câmara e fora da Câmara, V. Exa. é uma das grandes vozes dos
comerciários de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Sou testemunha disso, como
comerciante e como Secretário da SMIC que fui. Eu tive muito apoio do Sindec,
por exemplo, para construir o camelódromo e para que aquelas pessoas fossem
formalizadas na sua vida, para que pudessem trabalhar. Os comerciários que
trabalham de dia, de noite, no sábado, no feriado, no domingo, trabalham
sempre. Essa homenagem que V. Exa. presta a essa categoria é uma homenagem
justa, de quem trabalha, de quem produz, de quem ajuda a recolher impostos
também para a cidade de Porto Alegre. O comerciário é uma categoria que merece
todo o nosso apoio, mas principalmente merece o respeito de todos nós. Eu tenho
muito respeito pelos comerciários, pelos seus dirigentes, e muito respeito e
admiração por V. Exa., que leva essa luta durante uma vida.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Muito obrigado, Ver. Cecchim.
O
Sr. Cassio Trogildo: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Trago aqui a saudação, em nome da bancada do PTB, por essa justa
homenagem pelo Dia do Comerciário, essa categoria tão importante para a nossa
Cidade, principalmente a cidade de Porto Alegre, que é uma cidade de serviços e
de comércio. Portanto, a mola propulsora da nossa economia, dos nossos
empregos, da nossa Cidade em geral é o setor de serviços, os comerciários que,
cotidianamente, atrás do balcão, recebem a cidade de Porto Alegre e tão bem
fazem o seu trabalho, fazendo girar a nossa economia. Parabéns a essa
categoria, parabéns à direção desse sindicato. Eu acompanhei, há mais de 30
anos, quando essa direção foi vencedora na Esquina Democrática, no período de
redemocratização deste País, tirando uma pelegada que tinha na frente daquele
sindicato, trabalhando e fazendo jus a essa categoria tão merecedora que é do
nosso respeito. Parabéns e um grande abraço.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Obrigado, Ver. Cassio.
O Sr. Kevin
Krieger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em nome da Bancada
do Partido Progressista, o parabenizo pela homenagem. E dizer, Ver. Clàudio
Janta, que estamos aqui juntos na sua liderança, que defende esta bandeira,
defende esta área. Temos projetos tramitando nesta Casa que podem prejudicar os
comerciários. Estaremos vigilantes ao seu lado, na luta, na defesa das pessoas que
produzem e que geram impostos nesta Cidade. Parabéns. Vida longa!
A Sra. Lourdes
Sprenger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda componentes
da Mesa e demais presentes.) Eu vim da categoria de comerciários, vim para
Porto Alegre e muito me orgulho de ter trabalhado numa área muito gostosa, a
área de modas, na qual se aprende bastante. Claro que segui outra carreira
posteriormente, mas o comércio move uma cidade, tanto que, quando as lojas
estão fechadas, pelo menos para nós mulheres, não é nada muito prazeroso
circular pelo shopping. Quero
cumprimentar esta categoria e dizer que o aperfeiçoamento é muito bom,
principalmente quando se trabalha na área de moda, porque hoje nós não temos
tempo; chegamos muito rápido quando precisamos comprar alguma coisa. É
importante que os atendentes, os comerciários estejam bem preparados para
atender o comércio, e isso pode resultar em melhores vendas. Parabéns pela
presença de vocês.
O Sr. Márcio
Bins Ely: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda componentes da Mesa e demais presentes.) Em nome da
Bancada PDT – Vereadores Nereu, João Bosco Vaz, Dr. Thiago, Delegado Cleiton –,
quero me somar à homenagem. Vejo aqui muitos amigos. Talvez alguns não saibam,
mas eu, com 14 anos, trabalhava no comércio, era Menor Aprendiz lá na Rua
Senhor dos Passos, no atacado da Casa Bins. Ali eu comecei. Vinha aquela
situação toda que envolve o Natal. Eu queria deixar o meu registro,
cumprimentando-o, Ver. Janta, por esta iniciativa. A gente sabe o quanto é
importante o comerciário, o comércio, que é um setor da economia muito
relevante para o Município. Nós tivemos uma parceira muito grande ainda no
tempo do movimento estudantil, em que tive oportunidade de trabalhar
próximo a alguns amigos, no Sindicato dos Comerciários. Vejo aqui o Antero, que
era meu colega na Ulbra, e outros tantos amigos, o Paulo, o Oswaldo, o
Claudinho, enfim, se eu for citar todos, não vou parar mais. Mas fica o nosso
abraço fraterno, parabéns, vida longa aos comerciários, e fica o registro
também do reconhecimento da Bancada do PDT a tua iniciativa, colega Ver.
Cláudio Janta. Muito obrigado.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Obrigado, Ver. Márcio Bins Ely.
A Sra. Sofia
Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Cláudio Janta, nós, aqui no Parlamento, temos muitas vezes
divergências, mas a nossa bancada com certeza se soma à homenagem do Dia do
Comerciário. Essa categoria valorosa é uma das categorias mais exploradas, eu
não tenho a menor dúvida. A maioria – agora estou chutando e inferindo –,
possivelmente, é composta por mulheres. Não é? Um diz que sim, outro diz que
não! Há controvérsias. De fato, quando entrei – já contei isso aqui – o debate
era o trabalho aos domingos, a liberação do trabalho aos domingos. E foi muito
brava a luta do Sindicato dos Comerciários, tentamos nesta Casa resistir ao
máximo a uma desregulação e a uma obrigação de esses trabalhadores não terem
fins de semana, feriados, de nos feriados mais nobres vinculados à família
serem convocados e, se não trabalharem, sofrerem penalidades. Acho que a
sociedade capitalista não tem futuro para nenhum trabalhador, mas pega os
comerciários na questão mais essencial, no seu direito ao lazer com a sua
família, ao tempo de fruir do seu salário. De outro lado, Ver. Janta, aqui
fortalecer a luta dessa categoria enorme, no sentido de podermos avançar para
um Brasil melhor. Nós estamos alinhados, muitas vezes o Janta faz críticas
fortes ao meu Governo, e eu concordo com todos os elementos que dizem respeito
à política econômica, a não retirar nenhum direito de trabalhadoras e
trabalhadores, e luto contra a terceirização. Acho que ela é muito predatória
com os direitos dos funcionários.
Então, estamos nos
somando a este marco de valorização do trabalho diante do capital, diante da
mais-valia, diante de políticas econômicas que não respeitem as conquistas dos
trabalhadores. Parabéns aos representantes dos comerciários aqui presentes.
Muito obrigada.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Obrigado, Ver.ª
Sofia.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Janta, eu estava fora do plenário e um
pouco preocupado, porque não queria perder a oportunidade de, num aparte singelo, até
muito modesto em função do tamanho da homenagem, vir me solidarizar com V. Exa.
por tê-la proposto e estar conduzindo a mesma, e saudar os nossos visitantes,
meus amigos pessoais, líderes desse grande sindicato, um dos mais antigos de
Porto Alegre, sempre muito firme nas convicções. Eu tive oportunidade, no
passado, várias vezes, de ter pendências divergentes com o Sindicato, mas
sempre tive muito respeito pela atuação do mesmo, de uma forma firme, como tem
que ser a atuação de todos aqueles que têm algum tipo de atividade e que
realizam esta atividade com responsabilidade, com confiança e com a firmeza que
isso impõe, qual seja a arma a ser utilizada.
Então, eu cumprimento V. Exa., cumprimento os
homenageados, e digo que esta Casa tem com relação aos comerciários um carinho
muito especial, porque nós sabemos que, na sociedade porto-alegrense, se a
construção civil desempregar e o comércio desempregar, não temos mais o que
fazer porque a Cidade vai ficar pior do que com o flagelo da cheia; vai ser o
flagelo da seca, que desmancha, que desfaz e que faz com que todos nós sejamos
infelizes.
Aos comerciários que se organizaram e que sabem
batalhar pelos seus direitos a minha mais sincera homenagem. É assim que a
gente faz democracia, muitas vezes confrontando, mas sempre trabalhando para se
conseguir um entendimento e, quando isso não for possível, a manifestação
judicial que estabeleça a regra a ser respeitada e a ser seguida. Sejam sempre
bem-vindos aqui na Casa.
O Sr. Paulinho
Motorista: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Boa tarde a toda
Mesa. Ver. Clàudio Janta, eu quero lhe dar os parabéns. V. Exa. sabe que eu
tenho a minha classe rodoviária na qual trabalhei por 24 anos e convivi
bastante com os comerciários, porque nos sábados, domingos e feriados eu
trabalhava e eles também, vindos lá da Zona Sul, do Extremo-Sul para o Centro,
sempre naquela correria. Eram quase duas horas de ônibus. Na volta, era muito
tarde, às vezes largando às 22h, chegando em casa mais de meia-noite. Eu
acompanhava aquilo, e a gente conversava. Acompanhei todo aquele trabalho, a luta
por que passavam no dia a dia, e, com certeza, temos que dar valor para aquela
classe sofrida, porque a gente acompanha, convivemos com eles. Vinda de V. Exa.
uma homenagem dessas, com certeza, eu só tenho o que agradecer e quero dizer
que estou falando em meu nome e em nome do Ver. Airto Ferronato, Líder do meu
partido. Ver. Clàudio Janta, parabéns a V. Exa. e à classe dos comerciários,
sem exceção. Um grande abraço a todos e muito obrigado pela homenagem de hoje.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Obrigado, Ver. Paulinho. Eu queria dizer para todos os colegas que
vários falaram aqui e quando a gente entra com um projeto pedindo a abertura
pedindo a abertura dos postos de saúde até mais tarde, pedindo, na LDO, na LOA,
que algumas creches abram até mais tarde, pedindo que esses serviços da
Prefeitura funcionem é porque essa categoria de 116 mil trabalhadores precisa
dessas estruturas públicas. Dessa categoria, 50% é mulher e usa dessas
estruturas públicas – tanto homens quanto mulheres, porque muitas mulheres são
pais e muitos homens são mães. Essa luta é uma reivindicação dessa categoria
nesta Casa. A questão que a Ver.ª Sofia levantou aqui – de domingos e feriados
– é uma luta que nós continuamos, é uma luta federal, que nós cobramos do
Governo que mude; o Governo que está lá teve a chance de mudar e não mudou. E
nós não desistimos, nós acreditamos que temos que receber em dobro e os
sindicatos têm feito acordos e convenções para pagar em dobro o domingo e o
feriado. A nossa categoria, com certeza, vai seguir avançando, vai seguir
crescendo, vai seguir se desenvolvendo para que este País consiga crescer e se
desenvolver mais e garantir, principalmente, os nossos direitos e ampliar as
nossas conquistas. Queremos homenagear todos os comerciários da cidade de Porto
Alegre e esta Casa, sendo a Casa do Povo de Porto Alegre – Capital de todos os
gaúchos –, homenageia todos os comerciários do Rio Grande do Sul. Com muita
força, fé e solidariedade, os trabalhadores não só do comércio, mas todos os
trabalhadores terão um dia melhor. Muito obrigado, Sr. Presidente e todos os
Vereadores que me apartearam.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Sr. Luis Carlos Barbosa, Diretor do Sindicato dos
Empregados do Comércio, está com a palavra.
O SR. LUIS
CARLOS BARBOSA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
A homenagem de hoje, que o companheiro e amigo Ver. Clàudio Janta encaminhou e
foi aprovada nesta Casa, é uma alegria, é uma satisfação para nós, enquanto
diretores do Sindicato dos Empregados do Comércio de Porto Alegre. E vendo,
aqui, hoje, pessoas que já passaram pelo comércio, como o nosso amigo,
ex-Prefeito e hoje Vereador, Guilherme Socias Villela, sócio, comerciário,
frequentador da escola dos auxiliares do comércio de Porto Alegre, quero dizer
que a luta do sindicato, que a luta da categoria é histórica; é uma luta em que
a direção do Sindicato está no dia a dia, na construção de dias melhores.
Sabemos das dificuldades e vemos, muitas vezes, que os governos federais, na
sua ânsia, na sua ganância de atender a interesses econômicos, retiram direitos
dos trabalhadores. E temos visto, no Congresso Nacional, propostas e
encaminhamentos do Governo Federal retirando direitos do seguro-desemprego,
retirando direitos do seguro-defeso, criando problemas para a aposentadoria, e,
agora, querendo mais ainda: aumentando a idade da mulher para 60 anos e a do
homem para 65 anos. E o que nós vemos? Que nós, enquanto sociedade, enquanto
trabalhadores, temos que sustentar essas mazelas criadas por eles.
Mas quero dizer, como comerciário, lutem um
pouquinho mais. Estou há 43 anos como comerciário e posso dizer que nessa
caminhada eu tenho orgulho de pertencer à diretoria desse Sindicato, que luta,
que está na defesa, com batalhas históricas nesta Casa, batalhas históricas na
Assembleia Legislativa, batalhas históricas com o Governo Federal na luta e na
defesa da categoria. Temos alguns problemas, sim; mas não são tantos quantos
acham que sejam, porque temos um sindicato atuante, temos um sindicato na luta
e na defesa dessa categoria. Assim como nós vemos hoje, na primeira
oportunidade de uma crise anunciada pelo Governo, onde ele coloca o PPE. O que
é o PPE? É a retirada de direitos dos trabalhadores; é negociar redução de salário; é negociar a parte mais íntima que nós
precisamos, que é o salário no bolso do trabalhador, para ele sustentar com
dignidade a sua família, para que ele possa chegar em casa de cabeça erguida,
já que cumpre com seu papel de cidadão, para que a sua família não passe
necessidade. Em nome dessa crise, em nome das safadezas de tanta corrupção,
nós, trabalhadores, estamos sendo colocados para pagar essa mazela, essa
maldita conta!
Agora, quero dizer
que, enquanto comerciários, na luta, na defesa, nós estamos presentes no dia a
dia no Congresso Nacional. Não abdicamos jamais da luta histórica, Ver.
Cecchim, quando resolvemos lutar junto para retirar os camelôs da rua, porque,
na verdade, era comércio de produtos falsificados, adulterados, roubados, de
quadrilhas que estavam dominando. E os trabalhadores, muitas vezes, não podiam
vender o seu produto na loja porque o cliente era impedido de entrar. Lutamos
junto, ombro a ombro e construímos uma parceria para que tivesse a
regulamentação desse comércio e as pessoas passassem a ter CNPJ, cidadania, passassem
a contribuir para a previdência.
Por isso, hoje, com
muito orgulho, aqui, falando em nome da categoria dos comerciários, quero dizer
que essa é uma categoria importante, sim. Quando nós precisamos comprar alguma
coisa, quando nós precisamos consumir alguma coisa, nós precisamos de alguém
que tenha conhecimento, que saiba nos atender, que saiba vender, que vá atender
o nosso sonho. Quando entramos numa loja, nós temos um sonho, e a concretização
do sonho se dá pelo vendedor, pelo carinho, pela gentileza, pelo conhecimento.
Ver. Janta, hoje
realmente é um dia especial para todos nós, comerciários e trabalhadores, e eu
queria aqui parabenizar todas as comerciárias, todos os comerciários que estão
aqui presentes hoje nesta justa homenagem, porque é o seu dia, é o nosso dia, é
o dia de todos os comerciários e de todos os trabalhadores.
Que Deus nos abençoe
e que continuemos a ter uma categoria forte, pujante, na luta e defesa dos
trabalhadores! (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Ver. Clàudio
Janta, o Presidente nunca fala, na verdade, só conduz, mas eu não poderia hoje
me furtar de dizer algumas palavras, até mesmo pela minha origem, como pequeno
empreendedor. Considero-me, como empreendedor, comerciante, também um
comerciário que trabalha atrás do balcão, atendendo as pessoas. O pequeno
empreendedor é como se fosse o comerciário em si. A gente vive o dia a dia
junto, do lado dos nossos colaboradores, trabalhando lado a lado, ombro a
ombro, então não poderia deixar de parabenizar todos nós pelo nosso dia.
Quero dizer que, se hoje sou Vereador de Porto Alegre, muito foi lutando, junto com o Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre – Sindec, pela não abertura dos comércios aos domingos. Conversava com o Barbosa – e converso sempre com o Janta –, contando a ele que, em 2002, participei como pequeno empreendedor, lado a lado, lutando, e até hoje lembro ainda a frase: “Atrás do balcão, bate um coração”. A primeira vez, Ver. Pujol, em que estive nesta Casa – nunca tinha entrado na Câmara de Vereadores – foi em 2002, e fui escolhido pelo nosso grupo para subir à tribuna, numa Tribuna Popular, para defender a luta do comerciário e do pequeno empreendedor. Sinto-me muito orgulhoso e parte dessa construção junto com vocês.
Parabenizo a todos
pelo dia e continuem lutando porque a cidade de Porto Alegre precisa de cada um
de vocês. Um abraço com todo o carinho da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
Agradeço a presença das senhoras e dos senhores, e dou por encerrada esta
homenagem. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às 15h14min.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 15h17min): Estão reabertos os trabalhos.
A Ver.ª Sofia Cavedon
está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Alberto
Kopittke.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, aproveito o tempo do Ver. Kopittke para abordar o
tema dos trabalhadores e trabalhadoras comerciárias, e para voltar ao tema do
Congresso Nacional, da presidência que Cunha faz, e das mudanças que
aconteceram e que frustram a sociedade brasileira e o esforço que a sociedade
faz de apostar e investir na democracia. Se de um lado nós lutamos, e houve um
forte movimento social contra a terceirização, e essa terceirização, que hoje
já atinge a atividade-meio, que já é desregulamentadora dos direitos, já é
facilitadora da exploração, agora, com a decisão do Congresso Nacional, que
o Senado ainda vem segurando, é possível a expansão da terceirização a um
limite de enfraquecimento total da capacidade dos trabalhadores de terem os
seus direitos respeitados e de avançarem nos seus direitos. Nós aqui
experimentamos, em Porto Alegre, uma dicotomia profunda, uma radicalização da
distância entre os menores e os mais altos salários. Infelizmente, as
trabalhadoras terceirizadas da cidade de Porto Alegre recebem um salário mínimo
e não têm garantia nem de 30 dias de férias. Lamentavelmente, milhares de
trabalhadoras e trabalhadores, que trabalham diretamente para a Prefeitura, não
têm garantias de depósito no Fundo de Garantia, têm atrasos no salário, atraso
no vale-transporte e vale-alimentação. E de outro lado, os altos salários que,
aos poucos, vão ficando uma elite, da qual dependem os gestores de plantão para
arrecadar ou para defender, que são as chamadas profissões de estado,
estratégicas. Nós não concordamos com essa lógica. A terceirização exacerbada,
a ponto de os trabalhos-fins poderem ser contratados terceirizadamente, vai
agudizar isso: governos praticando a mais-valia, a superexploração para os
recursos serem utilizados num grupo cada vez menor e privilegiado de
trabalhadores. De outro lado, quando nós não somos ingênuos, vamos ver que isso
tem origem na composição do Congresso Nacional, que, infelizmente, reduziu em
50% a bancada representante dos trabalhadores, dos sindicalistas, na última
eleição – 50%! –, e ampliou os representantes do empresariado nacional, os
financiados pelos setores econômicos e as bancadas ligadas às igrejas. Só uma
das igrejas hoje tem 85 Deputados. E eu não tenho nada contra a opção religiosa
de cada um, mas as igrejas imporem os seus credos no Congresso Nacional ao povo
brasileiro rompe o que diz a Constituição de que o Estado é laico e que as
pessoas têm liberdade de expressão e de credo. Ora, Ver.ª Lourdes, as últimas
votações são muito graves em relação ao que é família, qual é a possibilidade
das mulheres sobre a sua sexualidade, nas Comissões passaram questões
importantes, como não poder tomar a pílula do dia seguinte. Como uma mulher não
pode tomar um contraceptivo no dia seguinte de uma relação impedindo,
inclusive, isto: o atendimento, o aborto, no caso de estupro, que já são
consolidados na legislação, mas que nós não conseguimos que sejam garantidos,
sem constrangimento às mulheres, lá, nos hospitais, que devem assim fazê-los.
Infelizmente, essa composição do Congresso Nacional, lia eu hoje de manhã,
aprovou nas Comissões a ampliação do uso de porte de armas; desde os 21 anos, e
não só aos 25 anos, já pode-se comprar arma. A validade desse licenciamento –
falava antes da bancada da Bíblia; agora, da bancada da bala – para uso de arma
era para dois anos, agora são dez anos sem ter que...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: ...renovar o
licenciamento da sua arma. E também libera para magistrados, libera para
Deputados, Senadores, Vereadores utilizarem o porte de arma. Então, nós estamos
submetidos – as lutas dos trabalhadores, a luta das mulheres, a luta por
segurança – ao Congresso Nacional, que é presidido hoje por um Deputado que
tem, flagrantemente, contas no Exterior, recursos oriundos de fontes ilícitas,
mas, pior que isso, que tem compromisso com a bancada da bala, da Bíblia, do
retrocesso e dos empresários que querem explorar o trabalhador – obviamente,
tem empresário sério. Então, é lamentável aqui, quero fazer essa fala em nome
da nossa bancada, que, na homenagem aos comerciários, a gente quer dar esta
dimensão de que é preciso fazer uma reforma política de verdade.
(Não revisado pela
oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O
Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RODRIGO
MARONI: Boa tarde, querido Presidente Mauro Pinheiro; boa tarde, demais colegas
Vereadores e Vereadoras; funcionários da Câmara Municipal; colegas aqui da
Câmara; público que nos assiste pela TVCâmara; eu queria hoje dizer, Ver.
Nereu, que, para mim, que faço uma luta diária em defesa dos animais, o dia de
ontem foi muito representativo. Eu saí nas redes sociais, ontem, comemorando
como se fosse o gol do tetracampeonato na Copa do Mundo de 1994, do Romário,
que foi a maior emoção que eu tive, porque eu era adolescente na época, porque
o dia de ontem foi o dia em que se comprovou que a política e o que se fala,
muitas vezes, da política pode-se ir além do papel. Lamentavelmente, muitas das
pessoas que questionam e criticam a falta e a burocracia da política e, muitas
vezes o não funcionamento da política, no dia de ontem, não entenderam que o
que estava em discussão aqui talvez fosse um grande marco nacional, Nereu, para
o País. O que se votou ontem, e não tinha o que justificasse qualquer voto
contra aquilo que todas as pessoas, inclusive as que não são amantes dos
animais, sabem, da necessidade e da importância de se ter o hospital público. O
dia de ontem tem que ser marcado, talvez, com um quadro aqui na Câmara
Municipal da aprovação daquele parque, a liberação de um parque onde eu fui e
vi, ontem, diversos discursos. Eu estive na SEDA e venho acompanhando o
trabalho lá de uma área desmatada para a construção de um hospital que não vai
chegar a surreal da Prefeitura, Nereu, para salvar milhões de animais! Ontem
era discussão, sim, de quem estava a favor dos animais e de quem não estava.
Era a discussão, sim, de quem estava querendo o hospital público e de quem não
queria. Não há justificativa para se dizer do que não existe e votar contra! Se
tivesse uma discussão, então onde é que tem? Me convençam o espaço que tenha
para não ser votado! Lamentavelmente!
(Aparte
antirregimental.)
O SR. RODRIGO
MARONI: E é natural quando a pessoa se sente agredida porque se fala a verdade.
É natural que se fique nervoso quando se toca na verdade! Eu nunca vi uma pessoa
ficar tranquila quando ela não está sendo tocada na verdade. Naturalmente,
berros são a expressão daquilo que está sendo tocado na verdade, porque, senão,
não é questionado, não é? Se estão falando algo de mim que não me toca, eu não
vou dar bola.
Agora, eu quero dizer o seguinte: mais do que um
hospital público, e eu espero que seja um marco, Nereu, que tenha postos de
saúde. Que esse hospital que foi aprovado lá, e digo que foi atrasado, e ontem
se dizia aqui que se queria audiência para atrasar ainda mais! Disseram que
tinha que atrasar ainda mais uma necessidade! Diariamente, morrem centenas de
animais! Quem bota a mão em cachorro sangrando, em gato sangrando, com
cinomose, sabe que morrem diariamente. Era um hospital que era para ter saído
há 20 ou 30 anos, Nereu! E queriam atrasar mais!
Eu quero dizer que o dia de ontem deve ser um marco
para ver o que está em atraso, a lista de atraso das
coisas, porque o hospital também não vai cobrir tudo. Votar, ontem, contra a
liberação daquilo era algo absurdo deixar pra votar depois, porque nós
precisamos, sim, trazer para cá a discussão a respeito de postos de saúde para
animais. São milhões e milhões que morrem na cidade de Porto Alegre. Eu espero
que as cidades do Interior peguem como exemplo a votação de ontem e vejam o
quão fundamental é para o Município ter uma Secretaria dos Animais e ter
aprovado um hospital público veterinário.
É muito importante
votar, e eu quero convidar todos os colegas a se somarem nessa luta, nessa
causa. Não há pauta que diga que a propriedade privada é de algum Vereador. Não
há pauta, porque todas elas faltam. Ao invés de dar berros, devia se abraçar
para tentar se somar; ao invés de ficar nervosa, tínhamos que sair juntos para
salvar e doar cachorros, Ver.ª Lourdes. Infelizmente, o que eu vejo da senhora
é só hostilidade.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Rodrigo Maroni prossegue a sua manifestação, a partir deste
momento, em Comunicações.
O SR. RODRIGO MARONI: Em parceria, Vereadora, eu a convido, de novo, como já fiz no início do
ano, a me respeitar como ser humano, a me querer bem, porque eu jamais vou lhe
querer mal. A senhora pode gritar, espernear, fazer o que quiser; eu jamais vou
lhe querer mal, porque a senhora gosta de animais, e eu gosto de quem gosta de
animais. A senhora, depois, terá o seu tempo para falar. Quero dizer que a
senhora tem que ser um pouco menos nervosa, porque acho que as pessoas nervosas
também perdem um pouco de tempo por serem assim. A vida é muito breve, Ver.ª
Lourdes. Todos nós vamos morrer; amanhã ou depois, vamos para baixo da terra, e
o nosso nervosismo só antecipa, talvez, a nossa morte. Quero dizer à senhora
que lhe desejo vida longa e que não fique tão nervosa.
Quero dizer que o
fundamental do marco de ontem foi que muita gente falou que esse dinheiro não
existia. Eu ouvi gente acusar, dizendo que não tinha esse dinheiro para
hospital público. A gestão, então, propõe um hospital público, o que comprova
exatamente o contrário. Eu quero convidar quem diz que é mentira ou quem quer
mostrar o projeto para ir comigo na SEDA, para ver onde é o espaço do hospital.
Convido para fazer uma caravana, Ver. Nereu, para me comprovarem que não tem
que ser construído imediatamente esse hospital. Eu quero, inclusive, com a
sensibilidade que se teve no dia de ontem, que
a gente debata os postos de saúde, porque, um dia a mais, são milhares de
animais mortos por cinomose, por atropelamento. Não há burocracia, não há
justificativa, ego, partido, diferença que justifique o voto contra. Não é por
invejar que a gente tenha que votar contra. A gente tem que votar com a nossa
consciência, antes de mais nada. Lamentavelmente, muita disputa atrapalha para
que as coisas cheguem a quem tem que chegar. Eu não vejo nenhum papel que caia
na minha frente que vá justificar a morte de mais um animal. Ontem, as pessoas
da Prefeitura diziam que estava liberado, e nenhum papel vai justificar animal
mal-tratado. Dr. Goulart, o senhor que é um artista, de coração sensível, não
tinha como ontem votarmos contra o hospital público veterinário. Ver.ª Lourdes,
vou lhe fazer um convite: a senhora proponha – e pare de gritar – proponha a
delegacia municipal dos animais que eu vou votar com a senhora. Proponha um
projeto de postos de saúde, eu voto com a senhora. Proponha um projeto de adoção
de animais que eu voto e vou fazer campanha para a senhora. Deixe os panfletos
de campanha que eu os distribuo com os meus, porque a senhora é defensora dos
animais. Agora, se a senhora ficar só gritando e dizendo que tem algo que
justifique que o hospital público não saia do papel, eu só vou poder dizer que
fico triste com a senhora! Tenho certeza de que muita gente que votou na
senhora gostaria de ter visto o seu voto a favor! Digo mais, a partir de agora,
temos que propagandear para o Brasil todo que Porto Alegre vai ter um hospital
público veterinário! Isso é uma importância para daqui a 200, 300 anos ser
lembrado. Essa é a prova de que ninguém escondeu o dinheiro que estava ali.
Chegaram a dizer que o dinheiro tinha sido para a campanha política. E o
dinheiro está ali! Se não tivesse, não teria sido proposto. Segundo, quem
propõe um hospital público veterinário vai propor o mal do meio ambiente? Quem
está preocupado com os animais vai querer fazer devastação? Alguém acredita
nisso? Ou quem posterga o projeto do hospital público veterinário está
preocupado com os animais? Eu acho complicado acreditar na tese do que é
evidente. Se o cara quer proteger os animais, ele vai querer o hospital público
veterinário. Aí vão dizer que para não proteger os animais se vota contra, que
se tenha o mais breve possível iniciativa para a construção desse hospital. Eu
vou ser, incondicionalmente, em defesa da Ver.ª Lourdes, sempre que ela tiver
um projeto em defesa dos animais; eu vou ser, incondicionalmente, em defesa de
qualquer vereador que se somar aos projetos dos animais, colega Liene; eu vou
ser sempre, independente de partido político, independente de agremiação, de
homem, mulher, de qualquer vertente de pensamento, em defesa do amor aos
animais, em defesa dos animais, em defesa das pessoas que estiverem a favor dos
animais, porque eles, não tem ninguém por eles. E não adianta berrar, não
adianta espernear. O que adianta é tentar salvar, é botar a mão na massa e
tentar salvar. Nós, embaralhar pilhas de papel aqui, para justificar uma
burocracia, não adianta. O que adianta é tentar salvar. Quando, domingo, à
noite tem um animal morrendo, salvar; quando tiver um feriado, ter um local
para levá-lo. Porque, hoje na frente da SEDA, todos os dias morrem animais,
porque não tem condições de ter atendimento. E não há justificativa, não há
burocracia, não há papel que justifique a gente perder mais e mais vidas, e
justifique a gente ter...
(Som cortado,
conforme determinação da presidência dos trabalhos.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Lourdes Sprenger está com a palavra em Comunicações.
A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, quanta falta de verdade! Quanta
falta de conhecimento de um projeto de lei. Esse projeto de lei que passou
ontem, era do Parque Saint’Hilaire, delimitação, alteração da área da unidade
de conservação, e que dentro poderá sair um hospital veterinário, que tem um
inquérito no Ministério Público, Sr. Maroni – já que o senhor não conhece leis.
Um inquérito para investigar este caso do hospital. A rubrica não apareceu na
LDO, não apareceu em lugar nenhum de tal recurso. Chegar aqui e dizer que tem
um recurso é muito fácil. Mas eu trabalho com a verificação dos fatos, e não
venho para cá fazer discurso, falar e falar. E mais, o projeto de ontem que
está sendo usado na rede como uma manipulação, jogando os Vereadores que
votaram contra, porque aguardavam uma audiência pública, tendo em vista que
ainda há uma ação civil pública tramitando desde 2008 que não foi julgada.
Existe uma ação civil pública sobre o Parque
Saint’Hilaire, existe, ainda, um inquérito civil público da Promotoria que está
em andamento. Então, não fale o que não é. Nós votamos ontem para ter uma maior
discussão e todos que vieram aqui votar contra disseram que não eram contra.
Não podemos ser contra a construção de um hospital veterinário, mas não adianta
fazer um elefante branco lá no fim do mundo, onde as pessoas que mais precisam
vão ter que pegar táxi para levar o seu animal até lá. Não é isso, não distorça
as palavras, não venha para cá dizer o não é, Sr. Rodrigo Maroni, que o senhor
vem dizendo na rede. Eu vou interpelá-lo judicialmente pela confusão de todas
essas cópias que estão aqui (Mostra cópias.) que o senhor faltou com a verdade
sobre a votação de ontem, tentando jogar a proteção animal contra mim. Eu não
sou nenhuma adesista, eu não entrei este ano por uma causa, eu optei por um
voluntariado. E este voluntariado não é para pedir recursos na rede como o
senhor fez. O senhor colocou a sua conta na rede para angarias recurso, isso aí
é até antiético. E já que estamos falando em ética, o senhor foi para uma rádio
falar dos seus próprios colegas da Comissão de Constituição e Justiça e dos
projetos que entram na Comissão, eu também vou encaminhá-lo para a ética. Ou o
senhor respeita os Vereadores ou o senhor me respeita porque eu tenho idade
para ser sua mãe. Pare de faltar com a verdade aqui, porque este projeto que
passou ontem, nem o conselho consultivo do Parque Saint’Hilaire tinha
conhecimento, nem a Procuradora Leila Vizzotto, que falou na reunião ordinária
da COSMAM, participou desse projeto. Então o senhor não venha para cá achar que
falando muito as protetoras vão cair na sua conversa adesista – este é o termo,
quem entra na causa e quer a todo o pano se enquadrar. Chegou até a dizer que
era um protetor número tal, se o próprio edital já tinha encerrado. Então, se o
senhor está a serviço de alguém, se o senhor tem cargo de Governo, eu não
tenho, eu voto pela minha consciência. Eu votei muitos projetos do Governo e
continuarei votando e, também, derrubando veto ou mantendo veto, porque eu voto
pela Cidade, eu não voto pela demagogia. Eu não preciso disso, eu sou uma
auditora aposentada, estou aqui para servir aos meus eleitores, à minha Cidade.
Então, o senhor não venha pra cá me atacar, porque eu estou cansada de ouvi-lo
faltar com princípios que norteiam a causa animal. Tirar o animal de um lugar e
levar para uma pessoa que não tem condições, isso é muito triste, isso é
enganar. Ir lá defender os projetos contra os afros e depois chegar aqui
e fazer filmezinho abraçado em Babalorixa é ridículo! É falta de personalidade!
Tem um filme que roda na Internet sobre o senhor, que foi lá defender o projeto
da Sra. Regina Becker, e chegou aqui e se abraçou nos Babalorixás. Isso é
horrível, isso eu não vou aceitar nunca! Ou é da religião afro, ou não é! Ou
defende os animais, ou não defende! Não sou eu que estou dizendo, são as
gravações. O senhor vem para cá dizer que tem recurso? Mas eu acho que o senhor
até desconhece o que é um orçamento. E como é que o senhor diz que o Vereador
tem que fazer o serviço do Executivo? Como é que uma Secretaria, com 9 milhões,
não consegue atender? Nós temos que executar? “Não, existem dois Poderes, o
Legislativo e o Executivo.” O que o senhor está fazendo hoje, eu já fiz há 15
anos. Nós já estamos cansados de fazer a mesma coisa e não receber o
atendimento do Executivo! Então o senhor pare de dizer, porque o senhor vai ter
que dizer na Justiça que nós fomos contra a criança...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Lourdes Sprenger prossegue a sua manifestação, a partir deste
momento, em Comunicação de Líder.
A SRA. LOURDES SPRENGER: E mais, o que
eu quero dizer, que o senhor talvez desconheça, é que tem a lei que não pode
ser revogada, porque ela incluiu o Parque Saint’Hilaire na unidade de
conservação. É uma lei que foi discutida há bastante tempo e acabou sendo
aprovada pelo próprio Prefeito Fortunati e que exige condições, como, por
exemplo: audiência pública, não pode transferir, é vedada a desafetação parcial
legal. O senhor tem que ler as leis. Eu passei 15 dias lendo essas leis, até
chegar no meu voto ontem. Então, não venha querer distorcer os fatos para
agradar não sei a quem, Seu Rodrigo Maroni. O senhor está agradando alguém,
porque o senhor vem para cá fazer uns ataques que não se sustentam. Eu recebo
milhares de mensagens, mas não adianta vir falar, fazer discursos e não
considerar o meio ambiente, porque esse parque, já foi dito ontem, a
importância dele... E nós queremos, nada mais, nada menos, que seja concluída
essa história que está nesse processo, para as regularizações fundiárias, para
a manutenção da barragem com água potável, para cuidar dos animais, dos
corredores ambientais. Quem é biólogo, como o Ver. Prof. Alex, sabe do que eu
estou falando.
Eu quero ir mais
além: o senhor disse que anda aqui, anda ali, embora a sua jurisdição seja em
Porto Alegre, e ontem atacou o caminhão de Tramandaí. Só que no dia 15 de
setembro de 2015, o juiz daquela cidade – está aqui, Ver. Maroni, se o senhor
quiser tomar conhecimento (Mostra documento.) – considerou contemplados os
itens que tinham sido reivindicados pelo Ministério Público. Eu estive lá, com
um veterinário, o Deputado Gabriel, este fim de semana, onde ainda resgatamos um
cavalo lá – se o senhor quer que se diga aqui tudo o que a gente faz! Regatamos
um cavalo e não sei mais quantos animais! Mas isso não resolve; enquanto não
houver gestão, enquanto não houver políticas públicas, vamos juntar cachorrinho
aqui, cachorrinho ali, pagar a conta. Eu acho que essa é a sua linha, mas a
minha já está muito mais além; a minha é pela política pública. Então,
estivemos no canil.
E eu vou lhe
dizer: para mim, não era para existir canil. Era para cada um ter o seu animal
na sua casa, evitar a procriação, porque só assim nós teremos o fim dos canis,
porque não é bom em lugar nenhum ter animal alojado por cinco, dez, quinze anos.
Nenhum canil que visitei no Interior me satisfez. O único que eu posso dizer
que funciona, mas eu sou contra ter animal albergado, é o de Gravataí, com 350
animais. O Prefeito de lá assumiu a gestão, uma fundação co-gestora, lá
funcionam baias separadas para animais cegos, animais deficientes, animais para
doação.
Então, o senhor não vem dizer teoriazinhas, fazer selfies. A causa animal não é para fazer
selfie nem pegar cachorrinho e beijar
na boca, que é uma coisa que acontece nas eleições. As pessoas pensam que as
protetoras são bobas. Nós somos muito mais articuladas do que o senhor imagina.
E o senhor não vai conseguir o intento de desqualificar a minha pessoa. Sobre o
que eu falei ontem, está aqui a notícia de 2012: o hospital sairia no Jardim Botânico.
Eu não falo o que eu não sei e o que eu não comprovo; não estou em busca de
voto, eu estou em busca da realização de uma causa que não é atendida, de uma
causa que lutamos desde 2002 – há um projeto em Brasília que não sai do papel,
porque chega no plenário, e a causa é pouco compreendida. E temos a questão da
saúde pública. E hoje essa questão está ao leu, se o senhor quer saber, porque
não temos nem recurso para zoonoses, porque é uma Portaria do Ministério da
Saúde retirou a verba para tratamento de zoonoses. Nós estamos aqui, mas
estamos trabalhando também por Brasília, para ver se conseguimos mais recursos
para o Interior do Estado.
Em vez de juntar cachorrinho... O senhor pensa em
fazer projeto, eu tenho vários projetos que o senhor nem vota! O senhor bate o
ponto aqui e sai! O senhor bate o ponto aqui e sai, Ver. Maroni! Então, vote os
projetos sobre animais, prove que o senhor defende mesmo os animais na hora de
votar e não ir lá na Assembleia defender as protetoras, como o projeto da Sra.
Regina Becker. Aí o senhor chega aqui e se abraça com o Babalorixá – isso não
pode ser de um Parlamentar! E vir aqui faltar com a verdade também não; e usar
as redes sociais para jogar as pessoas contra os Parlamentares também não. O
senhor vai ter que se explicar, sim. Desta vez não vai passar. Também vai ter
que responder por que considerou nossos projetos demagógicos e por que disse
que os Vereadores da Comissão de Justiça também fazem o jogo. Eu quero saber
que jogo é este! Desde que o senhor entrou na Comissão de Justiça, eu quero
saber quais dos meus projetos o senhor considera demagógicos! Os nossos
projetos são construídos ao longo dos anos de discussão. Não adianta o senhor
não me olhar! O senhor deveria me olhar para ver que estou olhando para o senhor!
Eu não temo o senhor com todo o seu tamanho...
(Som cortado, conforme determinação da presidência
dos trabalhos.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, muito boa tarde a todos e a todas que nos assistem.
Venho, aqui, no período de Liderança do meu partido, Partido dos Trabalhadores,
agradecendo aos colegas Sofia Cavedon e Mauro Pinheiro, para tratar de outro
tema, mas não posso deixar de me solidarizar com a Ver.ª Lourdes Sprenger, com
quem muitas vezes tenho duros embates, pois divergimos em muitos assuntos, mas
a Ver.ª Lourdes tem o nosso respeito pela forma séria e transparente com que
faz política. Então, receba o nosso respeito, solidariedade, e a tristeza de
ver esse tipo de comportamento no Parlamento. Não faltam temas para nós
debatermos, divergirmos de forma, inclusive, dura muitas vezes na tribuna, mas
dessa forma, com mentiras e maculando a imagem das pessoas, eu não acredito que
seja a política que a cidade de Porto Alegre merece. Se esta é a nova política,
como chamam, eu quero distância dela. Eu acho que isso é a velha política, esse
é o mais velho e antigo populismo que faz enganar o povo com gestos fáceis. A
política é muito mais do que isso, a política exige posição, postura; não se
eleger por um partido de oposição e, depois, por quatro ou cinco cargos, mudar
de opinião, mudar de lado. Essa não é a boa política que a nossa Cidade merece.
Mas venho tratar e registrar que nós estamos num
momento de debate do Orçamento Municipal. E trago aqui de forma propositiva e
concreta essa critica à gestão municipal, buscando modificar essa realidade.
Nós recebemos a proposta de Orçamento para o ano que vem, e me cabe sempre um
olhar mais atento nos temas relacionados à segurança pública. E lastimo ainda a
falta de prioridade que esse tema recebe do Executivo Municipal. Eu encontrei, por exemplo, para a nossa Guarda Municipal – temos
vários colegas que fazem a segurança da nossa Casa – R$ 15 mil de investimento
para a sua formação. Com R$ 15 mil – o Ver. Delegado Cleiton é da área e
conhece o tema da segurança também – não fazemos nem um curso decente, nem para
5, 10 guardas municipais. Depois eu encontro o total de investimentos para a
Guarda no ano que vem: R$ 215 mil. Com isso, hoje em dia, não equipamos nem
três viaturas da Guarda Municipal. Para pesquisa, cuja importância para a
segurança ainda vamos descobrir, há R$ 15 mil, infelizmente.
Lastimo, são opções
políticas, eu respeito. Não acho – e jamais disse aqui – que o Prefeito ou o
Vice-Prefeito Sebastião Melo são os culpados pela violência. De forma alguma,
isso seria leviano. Agora, havia a possibilidade de priorizar este tema. Ao
longo deste ano, vão morrer 700 pessoas na cidade de Porto Alegre. É algo que a
Prefeitura, a atual gestão poderia fazer para evitar e não faz. Não compreende
o novo papel dos Municípios para, realmente, fazer um embate sério, ajudando as
nossas polícias, criando um sistema integrado, valorizando a nossa Guarda,
criando políticas de prevenção à violência. E, infelizmente, a Cidade seguirá
mais um ano sem políticas municipais de porte, efetivamente estruturadas para a
prevenção e o combate à violência. Eu lastimo. Temos tempo para modificar esta
realidade. Todos os temas são importantes, como a questão dos animais, que é,
com certeza, muito importante, a questão ambiental, a questão da saúde, da
educação, mas nós temos uma emergência na área da segurança pública, que está
hoje degradando todas as demais políticas. Realmente, espero que este tema um
dia venha a ser a grande prioridade da nossa Cidade para a gente ter uma Porto
Alegre com paz e não com tanta violência quanto vemos hoje, e a Cidade tem
muito a fazer quanto a este problema. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Márcio
Bins Ely está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Ver. Mauro Pinheiro, na pessoa de V. Exa. saúdo os demais Vereadores e
Vereadoras, o público que nos assiste das galerias e pela TVCâmara, senhoras e
senhores. Venho a esta tribuna, até porque ontem estive em Brasília e ontem foi
Dia do Funcionário Público, então, permitam-me, aqui, fazer um registro do
nosso reconhecimento àqueles que têm dedicado a sua vida, o seu empenho, o seu
esforço na qualificação da prestação do serviço público aos cidadãos, tanto
aqui, em nível municipal, quanto em nível estadual e em nível federal.
Hoje também é o Dia Nacional do Livro, e o meu
colega Ver. Delegado Cleiton fez aquela sugestão para que tivéssemos livros nos
táxis e a Prefeitura acolheu. Então, hoje, dia 29, é Dia Nacional do Livro. Eu
fui autor do banco do livro no Município, e com muita honra quero dizer que o
nosso Partido tem essa importante responsabilidade no Estado, com o Secretário
de Educação Vieira da Cunha – o nosso compromisso é com a questão da educação.
Como se avizinha a Feira do Livro, então, queremos aqui também deixar o nosso
registro.
Quero fazer, aqui, um breve relato da nossa estada
em Brasília, e aproveito a oportunidade para cumprimentar o colega corretor de
imóveis e advogado também, conselheiro eleito do Conselho Regional de
Corretores de Imóveis, que vai nos representar na Delegacia de Guaíba, o colega
Lamaison. E dizer que na oportunidade em que fomos diplomados conselheiros
federais do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis, pude levar a
conhecimento – e lá estavam representados os 27 Estados da Federação – dos
pares e dos colegas corretores a iniciativa da Câmara Municipal de tornar
obrigatório o número da inscrição do CRECI – o número do corretor de imóveis –
nas operações de compra e venda de imóveis em Porto Alegre. Assim como acontece
com outras categorias profissionais, como é o caso do advogado, como é o caso
do engenheiro, enfim tantas outras profissões; para dar uma receita médica tem
que ter ali o número do CRM. Enfim, queremos trazer aqui também esse
dispositivo legal e fazer um reforço à valorização profissional do corretor. É
nesse sentido, então, que temos caminhado Brasil afora, levando essa nossa
sugestão que está tramitando aqui, na Casa, e que espero aprovar dentro da
tramitação e dentro dos prazos regimentais.
Quero dizer que hoje, casualmente, duas pessoas me
telefonaram para ter uma ideia de valor e avaliação de imóveis, Lamaison.
Ligou-me o Deputado Vinicius Ribeiro, que é Presidente da Corag e nosso colega,
para saber informações de alguns imóveis, porque, talvez, eles tenham que mudar
o local da Corag, querem saber quanto vale ali o metro quadrado. Depois, ligou
também um amigo nosso, o Tadeu Paraguassú, também querendo saber informações do
Morro Santa Teresa, quanto vale o metro quadrado, enfim. Então, sabemos que o
corretor de imóveis tem essa participação dentro de um segmento da economia do Município,
que gira uma parte importante, porque envolve não só a compra e venda, mas a
construção, a incorporação, a avaliação, a qualificação dos espaços urbanos.
Hoje, para se ter uma ideia, eu sempre que posso tenho frisado a participação
dos corretores de imóveis através do Sindicato dos
Corretores de Imóveis do Estado do Rio Grande do Sul – Sindimóveis, que tem
acento no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental, que é o nosso
Conselho do Plano Diretor aqui de Porto Alegre, que se reúne todas as
terças-feiras. E, agora, está prevista a eleição desse Conselho. As etapas das
eleições dos Fóruns Regionais, com a representação da comunidade, já está
concluída. Nós vamos, agora, passar para a etapa das eleições das entidades de
representação, que são 28, além da UFRGS, que representa a União, da Metroplan,
que representa o Estado, as representações do Município e as representações das
entidades. Ali participam o Sinduscon, o Sindimóveis, o IAB, o UIA, enfim,
outros representantes da categoria, arquitetos, engenheiros, mas os corretores
também dão a sua contribuição na qualificação e no
aprimoramento do dinamismo do desenvolvimento da nossa Cidade. Nós vemos Porto
Alegre cuidando da sua orla, temos 74 quilômetros de extensão de orla, as
ciclovias estão brotando na Cidade, vários parques e praças sendo
requalificados, com uma reambientação e o aperfeiçoamento da iluminação, enfim.
Dentro desse contexto que nós procuramos sempre destacar que a Cidade não tem
crescido muito em número de habitantes, são 1,4 milhão de habitantes. E uma
cidade que tem 1,4 milhão, se ela qualifica os seus espaços urbanos, ela agrega
qualidade de vida aos seus cidadãos. Então, fica o nosso registro. Muito
obrigado pela oportunidade, Presidente. É a nossa manifestação hoje no período de
liderança do PDT. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Sr. Kevin Krieger está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Boa tarde, quero cumprimentar o Ver. Mauro Pinheiro, Presidente desta
Casa, os Vereadores e as Vereadoras, ao público que está aqui conosco e ao que
está nos assistindo em casa, Ver.ª Sofia, eu não vou entrar no mérito da
questão do projeto que nós aprovamos ontem, mas eu vou fazer uma colocação em
relação ao projeto do Parque Saint’Hilaire, Ver. Cecchim, que na reunião de
liderança, e tu é o Líder do PMDB, que ocorreu há 20 dias, tu sabes que nós
falamos que iríamos votar esse projeto no dia 04 de novembro. Então, o Governo
não se afobou, não votou de um dia, já que naquela reunião de líderes, Ver.ª
Sofia, nos solicitamos que já ficasse prevista a data de 04 de novembro para
nós votarmos esse projeto. Em nenhum momento, nos últimos 20 dias, alguém
solicitou, nas reuniões de liderança, que se fizesse audiência pública. Nós
tivemos, ontem, a presença de alguns promotores, e eles foram muito claros
quando disseram que esse projeto que trata da delimitação de área do Parque
Saint’Hilaire não necessita de audiência pública. Então, essa era uma colocação
que eu precisava fazer, já que ontem nós não conseguimos nos manifestar, uma
vez que houve uma série de requerimentos para o adiamento da votação, visando,
quem sabe, que a Sessão avançasse e não tivéssemos quórum, Ver. Dr. Raul, mas a
nossa base de Governo, de forma sólida e unida, mais uma vez aprovou um projeto
importante para a Cidade.
Eu também queria, Ver. Cecchim, fazer uma colocação
que, ao longo dos últimos dias, tenho escutado, assim que alguém entra no
assunto... E logo, logo, nós discutiremos um projeto de lei da SMED e da
Gestão, em que haverá a contratação de cargos de confiança. É um empréstimo do
BID para modernização e qualificação das nossas escolas municipais. Mas, Ver.ª
Sofia, muitas vezes, eu vejo alguns Vereadores e Vereadoras falar dos cargos de
confiança, e eu quero, hoje, aos cargos de confiança da Prefeitura de Porto
Alegre. Nós tivemos, do dia 10 de outubro até a data de hoje, 62 famílias
alojadas no Tesourinha, 230 pessoas que compõem essas 62 famílias alojadas no
Tesourinha. Foi feito um trabalho articulado da Prefeitura de Porto Alegre com
servidores da Defesa Civil, Saúde e FASC, servidores públicos municipais que
fizeram atendimento no seu turno de expediente, muito bem feito, mas todos os
cargos de confiança da Prefeitura Municipal de Porto Alegre se revezaram, Ver.
Dr. Goulart, nos plantões noturnos, das 18h às 8h. Foram os cargos de confiança
que trabalharam no seu expediente, Ver. Cecchim, das 8h às 18h, mas das 18h às
8h do outro dia fizeram plantões para cuidar daquelas pessoas que estavam
acolhidas no Ginásio Tesourinha. Muitas vezes, Ver. Clàudio Janta, essas
pessoas são maltratadas inclusive, porque são cargos de confiança, e foram
essas pessoas que, junto com os servidores, além de fazerem seu trabalho
diário, conseguiram manter a ordem, e hoje, graças a Deus e ao bom tempo, as
pessoas estão voltando para suas casas nas Ilhas. Quero aqui também fazer um
reconhecimento ao Prefeito, e a um pedido do Ver. Clàudio Janta, que as
unidades de saúde das Ilhas não fecharão agora no feriado, porque as pessoas
estão retornando para suas casas. O Prefeito Fortunati e o Secretário Fernando
Ritter, através de uma solicitação do Ver. Clàudio Janta, foram sensíveis a
essas pessoas que estão retornando para suas casas, e com certeza precisarão das
unidades de saúde.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Kevin Krieger continua sua manifestação, a
partir deste momento, em Comunicações.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Fiz questão de fazer esse reconhecimento ao Prefeito Fortunati, ao
Vice-Prefeito Mello, aos Secretários dessas três pastas, o ex-Vereador e
Secretário Tessaro, ao Presidente Marcelo e ao Secretário Ritter, da Saúde,
faço o reconhecimento a todos os Secretários que estiveram na linha de frente
deste processo. Eu não posso, também, Ver.ª Sofia, de fazer algumas colocações
em relação ao que o Ver. Alberto colocou nesta tribuna em relação à segurança. O Ver. Alberto Kopittke vem tentando colocar na conta do Governo
Municipal a conta que não é do Governo Municipal. Nós tivemos um Governo no
Estado, Ver. Cecchim, que criou uma situação caótica no Estado do Rio Grande do
Sul, na área da Segurança Pública. E não se recupera isso em oito, nove meses.
Não se recupera em nove meses o estrago que se fez na Segurança Pública do
Estado! E o que é pior: o Governo Federal, que está há mais de uma década,
criou o Pronasci e acabou com o Pronasci de um dia para outro, um Programa que
foi feito pelo ex-Governador Tarso Genro. E aquelas bolsas que eram dadas antes
da eleição aos policiais acabaram depois da eleição. Que Segurança Pública,
Delegado Cleiton, que nós temos de diretriz nacional de Segura Pública? Qual é
o plano de Governo da Segurança Pública? O dinheiro está em Brasília.
E também juro que não
entendo a Ver.ª Sofia, com o maior respeito – e a gente faz o debate sempre na
maior elegância –, mas quando se fala da Câmara de Vereadores, o Prefeito
Fortunati tem a sua base aliada aqui, e nós respondemos por isso. Agora, quando
se fala no Congresso Nacional, o Executivo, que é a Presidenta Dilma, tem a
maioria e não reconhece a sua base aliada, porque os problemas do Congresso
Nacional não valem.
Hoje nós tivemos a
homenagem do Ver. Clàudio Janta ao Dia dos Comerciários. E o Presidente Barbosa
relatou quantos direitos dos trabalhadores foram retirados este ano, Ver.
Clàudio Janta. Não foram poucos. Se fosse outro Governo que tivesse feito isso,
imaginem se fosse o Aécio Neves que tivesse feito isso, que tivesse tirado
todos os direitos dos trabalhadores, Dr. Raul, o que não aconteceria com o
Brasil! Cem bilhões: são as últimas notícias sobre o déficit do Governo Federal, contando as
pedaladas, R$ 100 bilhões é o déficit das contas do Governo Federal – saiu em
toda imprensa ontem! E o Ministro Levy, acho que é o único que se deu conta
disso. Porque falam dos cargos de confiança no Município, mas são milhares os
cargos de confiança no Governo Federal, e ninguém fala nada. Lá vale; aqui não.
Está na hora, Ver.ª Sofia, de o Governo tomar conta, tomar as rédeas do
Congresso Nacional e resolver o que tem que ser resolvido no Brasil. As contas
precisam voltar para o lugar, o Estado tem que parar de gastar como vem
gastando – e eu digo Estado o Governo Federal, que recebe a maioria dos
recursos que nós, Ver. Clàudio Janta, e os comerciários, com o seu trabalho,
arrecadam 60 e tantos por cento, que vão para lá. E quanto volta para cá? Em
torno de 12%, se não me engano, esta é a realidade do Brasil.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. DR.
GOULART: Querido Presidente, Ver. Mauro Pinheiro, quero fazer uns
agradecimentos: primeiramente, ao Ver. Cassio Trogildo, Líder da minha Bancada,
este momento de fala; quero agradecer também a presença firme da nossa Bancada,
do Ver. Elizandro Sabino; quero agradecer às meninas da Taquigrafia, que me
mandaram as anotações do meu querido Ver. Reginaldo Pujol, da última Sessão –
muito obrigado; quero agradecer também ao Ver. Clàudio Janta, porque se lembrou
de interceder pela saúde dos ilhéus, que estão abandonados dentro do nosso
Plano Diretor e dos nossos trabalhos de político; quero agradecer também por
esta luta emocionada que faz o nosso
Vereador com a nossa Vereadora a respeito dos animais, e dizer que eu fico
feliz de ver que existe tanta emoção nessa briga e que meu gatinho lá em casa,
que nós carinhosamente, a Viviane e o Vinícius, chamamos de nenê gato, está
seguro, se, por acaso, alguma coisa de ruim nos acontecer. Fico feliz em nome
do meu gatinho querido, meu nenê gato.
Quero também dizer, meu
querido Ver. Mauro, Presidente, que, outro dia, visitando amigos no Moinhos de
Vento, num domingo, Ver. Dr. Raul Fraga, encontrei com alguns cirurgiões.
Pensei que fosse até um congresso; mas não, eles estavam trabalhando. Eles
estavam operando no Hospital Moinhos de Vento, e era domingo. E não era
urgência, era cirurgia com hora marcada. E aí me interessei, telefonei para o
Hospital Divina Providência; quando cheguei em casa, eles também estavam
operando no domingo. E aí fiquei sabendo que os hospitais privados da Cidade,
Presidente, operam em três turnos nos dias de semana. E fiquei pensando como é
no meu hospital, o hospital onde eu trabalho. Trabalho à noite no Hospital
Fêmina e me dei conta que o Hospital
Fêmina não opera em três turnos; me dei conta que o Hospital Fêmina não
trabalha no sábado e no domingo – em cirurgias eletivas que são aquelas
cirurgias que são marcadas no postinho, são essas de que eu estou falando.
Cirurgia de urgência acontece em todos eles, em qualquer momento; acontecem
hemorragias, úlceras perfuradas – isso acontece em qualquer momento. Mas a
cirurgia que está atravancada no posto de saúde, nos hospitais do SUS raramente
acontece com hora marcada no sábado, no domingo ou à noite, dia de feriado.
Parece que no Hospital Nossa Senhora da Conceição acontece de vez em quando, de vez em quando –
não é filosofia do GHC fazer esse tipo de cirurgia. Fico pensando, estão ali a
construir o Hospital de Clínicas, a parte B. Isso vai custar alguns milhões,
milhões. Que bom, mas vai custar milhões, ao passo que o Hospital Fêmina
precisaria só de algumas horas extras e de contratação de alguns funcionários e
de alguns médicos para trabalharem no sábado, no domingo, no feriado, de
manhã, de tarde e de noite. Não se gastaria tanto, se gastaria uma ninharia,
muito pouco para fazer isso. É claro que eu estou dizendo isso figurativamente;
é claro que se gasta, mas não vai se gastar o que se vai fazer para o Hospital
de Clínicas para atingir objetivos quase semelhantes. Vai ser uma montoeira de
gente que vai passar a ser atendida no Hospital de Clínicas? Não! Vai ser muita
gente, e que bom que vai ser muita gente! Mas justifica essa nossa preocupação,
porque os hospitais do Grupo Hospitalar Conceição, portanto do Ministério da
Saúde, portanto de quem distribui o dinheiro, podem, então, se preocupar em
ceder as suas salas limpas, arejadas, bonitas, que ficam assim paradas.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Goulart prossegue a sua manifestação, a partir deste
momento, em Comunicações.
O
SR. DR. GOULART: Muito obrigado. Então, eu estava imaginando que
algumas horas extras e algumas contratações de pessoal paramédico, médicos,
cirurgiões e anestesistas farão com que se gaste muito pouco e com que se
resolva bastante o problema da ponta, o problema que acontece no postinho de
saúde, porque vocês estão cansados de ouvir, e eu também, que as pessoas vão
para se operar e ali demoram três, quatro meses, um, dois anos, e, dependendo
da cirurgia, até três anos. Eu fico pensando onde devem estar se operando os
homens que precisam retirar a próstata por aumento exagerado da próstata ou por
câncer de próstata. Onde será que eles estão sendo operados? Provavelmente em
salas de cirurgias que atendam urgência! Porque não existem ambulatórios para
que os homens façam a cirurgia de próstata marcada por eles. Em que lugar
existiria um ambulatório para um homem fazer a prevenção do câncer de próstata?
Não estão aí agora o Ver. Dr. Thiago nem o Ver. Dr. Raul Fraga para me
socorrerem no momento, para me dizerem em que lugar seria isso.
Então são medidas muito simples que poderão
resolver o problema da saúde em Porto Alegre, e não é tanto um problema de
dinheiro, porque, volto a insistir, vou ser repetitivo: o Hospital de Clínicas
está empenhando um dinheiro enorme, muito bem empenhado. O Fêmina não precisa
investir, minha querida Ver.ª Lourdes, um valor tão exagerado para fazer
cirurgias de útero, cirurgias de mamas, cirurgias de ovários, ligaduras de
trompas, necessárias para algumas mulheres. Não tem, demora muito! Cirurgia
plástica de mamas, cirurgia plástica de barriga – não tanto para embelezar, mas
também para embelezar – para resolver os casos de pessoas que têm mamas
pêndulas, enormes, de mulheres que têm o abdômen avental, que acabam ficando, embaixo
desse avental, com lesões, com comichão, com ardência, avermelhadas, porque não
podem se operar. No entanto, nós temos horários, em alguns hospitais do Grupo
Hospitalar Conceição, que poderiam estar atendendo essas mulheres.
Então, meus queridos, eu espero que a gente não
esgote aqui esta conversa; que seja só um alerta feito por esse humilde
cirurgião de ponta e que possamos falar mais vezes sobre o assunto, até
discutir na Comissão de Saúde, para que possamos dar um melhor atendimento para
as pessoas que demoram demais nos postos de saúde. Um beijo, um abraço,
obrigado pela paciência de me ouvirem.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. CLÀUDIO JANTA: Boa tarde, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, público que nos assiste através da TVCâmara e nas
galerias. Pena que a Ver.ª Sofia já saiu, mas ouvimos alguns relatos, hoje, a
respeito de questões levantadas aqui, nesta tribuna, como se fossem responsabilidades
exclusivas do Município. Agora, temos um relato muito importante de um médico
que atende no Sistema Único de Saúde, credenciado em hospitais da União. Nós
ouvimos relatos, aqui, sobre hospitais que deveriam estar abertos à população
nos finais de semana, Ver. Prof. Alex, e que não
atendem a população, atendem só emergência. Emergência nós temos as UPAs, que
são prédios construídos, mas para os quais o Município tem que fornecer a mão
de obra, tem que fornecer tudo. Tenho falado isto para vários amigos Prefeitos,
para vários gestores públicos: construir um prédio é uma barbada; agora, botar
o que faz o prédio funcionar é o que é difícil. A
Ver.ª Sofia falou que existe no Congresso Nacional a bancada da bala, existe a
bancada da Bíblia, a bancada sindicalista que está diminuindo, a bancada dos
médicos, a bancada empresarial, a bancada da agricultura; todas as bancadas
estão representadas no Congresso Nacional. Mas a maior delas é a bancada do
Friboi, a segunda maior é a bancada das empreiteiras e a terceira é a bancada
das montadoras. Só que todas elas pertencem ao Governo, que não acabou com o
fator previdenciário, que tirou o direito das pessoas de se aposentarem, acabou
os aposentados receberem igual aos da ativa. A Presidente vetou e orienta a sua
base a manter o seu veto. Agora estamos vendo na Operação Zelotes a compra de
medidas provisórias – deve ter compra de veto também – num Congresso que
sabemos que quem manda é o Governo. No final do ano passado, para aprovar as
pedaladas, encaminhou R$ 900 mil em emenda parlamentar para cada Deputado. Uma
das maiores corrupções da política brasileira é emenda parlamentar, com a qual
o Governo pinta e borda. Dizer que toda a culpa é dos governadores e prefeitos
é uma falácia. Quando se concentra a maioria dos recursos da União e é ela quem
dá as cartas, ela que detém a maioria do Congresso Nacional, que elegeu em
unidade o Presidente que está lá envolvido nas corrupções deste País junto com
o atual Governo, que usa a sua maioria para tirar direitos dos trabalhadores, que em doze
anos de mandato não reduziu a jornada de trabalho, não acabou com o fator
previdenciário, não deu o direito de os aposentados ter o desconto da
previdência devolvido – quem já trabalha, a desaposentadoria – que agora
estamos buscando no Supremo. O Governo que não deu o direito aos comerciários
de descansar aos feriados e domingos, como foi relatado...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente
concede tempo para o término do pronunciamento.)
O
SR. CLÀUDIO JANTA: ...Então fica muito
fácil fazer um discurso e não assumir essa responsabilidade. Fica muito fácil.
Fica muito evasivo não assumir essa responsabilidade de uma alta taxa de juros,
uma responsabilidade de uma inflação que vai ser divulgada a semana que vem,
que os institutos já estão dizendo que passa dos 10%. Uma inflação que está na
mesa dos trabalhadores, que vem aumentando a luz, vem aumentando o gás, uma
inflação que vem na mesa, diária, dos trabalhadores, que vem aumentando o custo
de vida das pessoas. Ontem, o dólar já fechou na casa dos R$ 4,00, o que
influencia na economia, que não tem uma estabilidade econômica neste País, que
vem diminuindo o número de postos, de trabalho, que vem diminuindo a geração de
emprego; se vem diminuindo o número de postos de trabalho, quem dera gerar
emprego! As políticas da Pátria educadora não existem mais. É deseducadora.
Qualquer política de educação não existe mais. O Pronatec acabou. A
qualificação profissional dos trabalhadores acabou; as faculdades que tinham incentivos
para as pessoas estudarem, seja aqui, ou no Exterior, não têm mais. Tudo isso
está acabando. E agora a ameaça, velada e verdadeira de acabar com os programas
sociais. E tudo isso é culpa de quem? De quem é a culpa? É da imprensa, é da
oposição? É culpa de quem? É culpa da mentira; é culpa de não falar a verdade
para o povo, que nós já estávamos passando por um momento difícil; é culpa de
não dizer que vamos levar alguns anos para sair dessa crise, se nós não
fizermos o que tem que ser feito neste País; se não fizermos um investimento
maciço que temos que fazer neste País, no
desenvolvimento da indústria deste País, no desenvolvimento do campo deste
País; não ficar investindo em juros, não ficar investindo num sistema que, hoje
aplica no Brasil e depois vai aplicar na Ásia, como é o sistema financeiro, que
não gera emprego. No sistema financeiro, o dinheiro fica flutuante. Nós temos
que aplicar em quem gera emprego. Nós já saímos de suas crises e não
conseguimos sair desta porque nós escolhemos aplicar na produção. Nós
escolhemos aplicar na geração de emprego e renda, não escolhemos aplicar na
especulação. Agora, o Governo mudou o que estava dando certo, o Governo
escolheu um outro lado, um lado que nós já derrotamos, um lado que o Brasil
derrotou. A inflação neste País chegou a 2.000%, os mais jovens não se lembram
disso, mas eu, como dirigente sindical, assinei convenção coletiva, na qual um
acordo deu 2.909,09% de inflação. O Brasil terá que chegar a isso de novo? Como
modelo econômico fracassado, um modelo econômico que incentiva a inflação, a
recessão, o arrocho e o desemprego, como está acontecendo? Isso vem
acontecendo! É visto a olho nu, postos de trabalho fechando em todos os setores
e em todos os segmentos. Não tem segmento, não é setorial não é o setor “A”,
setor “B”, setor “C”, isso é geral no Brasil. Então o Governo Federal tem que
mudar a sua forma de pensar na economia, e não é arrochando o povo, não é
tirando do povo. É investindo na indústria nacional, na empresa nacional, no
pequeno e médio empresário; não é dando dinheiro, como vimos, para quem não
gera emprego. Então esse é o recado que temos que dar: nem tudo é culpa dos
Municípios, nem tudo é culpa dos Governadores, a culpa maior é de quem retém a
maior receita; é de quem retém a maioria do Congresso Nacional e elegeu a
maioria na última eleição. Com muita força, fé e solidariedade e disposição
para lutar, nós vamos melhorar a vida do povo brasileiro, dos trabalhadores.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Séfora Mota que solicita Licença para Tratamento de Saúde no
dia de 27 de outubro de 2015.
O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra em Comunicações e, depois, prossegue para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ENGº COMASSETTO: Muito obrigado, Sr.
Presidente. Quero aqui cumprimentar os colegas Vereadores e Vereadoras e todos
que nos assistem pela TVCâmara. Eu venho em nome do meu partido, o Partido dos
Trabalhadores, bem como em nome da nossa bancada, para trazer uma homenagem ao
ex-Presidente Lula, que completou, no último dia 27, 70 anos de idade. Parabéns
ao Presidente que mudou a história deste País. E quero apresentar aqui, já que
são 70 anos, 70 razões para justificar essa homenagem que o Brasil todo fez e
faz ao ex-Presidente Lula. Temos recebido aqui neste Plenário um conjunto de
críticas ao Presidente, bem como à política desenvolvida, críticas trazidas por
muitos Vereadores que são da nossa base e que estão junto, como o PP, do Ver.
Kevin, como o PDT e como o PMDB, do Ver. Cecchim. Portanto, não dá para querer
compartilhar somente os êxitos e não tratar dos momentos difíceis que se vivem.
E nós estamos vivendo um momento difícil na política, isso é verdadeiro. Agora,
não podemos deixar de reconhecer os bons momentos, para que possamos trabalhar
isso aqui.
(Procede-se à
apresentação em PowerPoint.)
O SR. ENGº COMASSETTO: Vou citar as razões,
conforme na apresentação: 1 - Lula é o primeiro homem do povo a assumir a
presidência da República. 2 - Ampliação da rede de vacinação para crianças,
idosos e adolescentes no Brasil. 3 - Quitação da dívida com o Fundo Monetário
Internacional. Foi o Governo Lula que acabou a dívida com o Fundo Monetário
Internacional. 4 - Copa do Mundo de 2014, no Brasil, que muitos diziam e discursavam
que não ia acontecer. 5 - Criação do programa Minha Casa, Minha Vida, que já
entregou 3 milhões de habitações e tem mais 3,7 milhões de projetos já
contratados. 6 - Olimpíadas de 2016, conquistadas pelo Presidente Lula. 7 -
Prouni. 8 - Fim do “engavetador-geral da república”, o famoso homem da pasta
rosa que existia no Governo Fernando Henrique Cardoso e outros. 9 - Programa
Fome Zero. 10 - Fortalecimento da modernização e independência da Polícia
Federal; se a Polícia Federal está fazendo isso hoje foi um encaminhamento, uma
proposta que o Prefeito Lula conduziu. 11 - Sistema de Seleção Unificada, SISU,
em substituição ao vestibular. 12 - Plano Safra da Agricultura Familiar; a
agricultura familiar não existia na política brasileira, passou a existir e
hoje há um plano Safra igual ao Agronegócio. 13 - ENEM, como forma de acesso ao
Ensino Superior; neste final de semana, 7,5 milhões de pessoas fizeram o ENEM
no Brasil. 14 - Reforma Agrária Qualificada. 15 - Geração de empregos; Janta,
que é um sindicalista, foi o Governo que mais construiu carteira assinada no
período do Brasil. 16 - Programa de Aceleramento do Crescimento; Porto Alegre
tem 14 obras em execução, 13 executadas, mais a ponte do Guaíba, que ali está,
do Programa de Aceleramento do Crescimento. 17 - Merenda Escolar distribuída
diariamente para 43 milhões de crianças e jovens. 18 - Inclusão do Nordeste no
calendário das políticas públicas. 19 - Aumento de mais de 218% em investimento
em Educação. 20 - Integração do Rio São Francisco. 21 - Valorização do ensino
técnico. 22 - Doação de cisternas no Sertão nordestino. 23 - Criação de 422
escolas técnicas em 12 anos; até então havia 314 nos 500 anos do Brasil, uma
delas é aqui, a nossa Escola Técnica Federal da Restinga. 24 - Lei Maria da
Penha, que protege as mulheres contra a agressão. 25 - Desde 2013, o Brasil
criou 18 universidades federais e 173 campus.
26 - Viver sem limite, Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
27 - Alteração do Fies, para garantir financiamento integral aos estudantes. 28
- Combate ao trabalho escravo. 29 - Aumento real do salário mínimo; o Ver.
Janta lembra que a luta dele e de muitos sindicalistas era para alcançar 100
dólares e, no Governo Lula, passou dos 300 dólares. 30 - Participação social
como método de governo. 31- Criação do piso salarial nacional dos professores.
32 - Sanção da Lei nº 10.639, que tornou obrigatório o ensino da história e
cultura afro-brasileira nas escolas de todo o País - a questão da defesa da
negritude como também um processo de educação. 33 - Plano nacional de formação
dos professores da Educação Básica. 34 - Enviou, em 2010, ao Congresso
Nacional, o Projeto de Lei da criação da Comissão Nacional da Verdade. 35 -
Ampliação do acesso ao Ensino Superior para milhões de jovens. 36 - Plano de
ação Integrada da prevenção e combate à tortura. 37 - Instituiu o serviço de
atendimento móvel de urgência, SAMU, para os médicos desta Casa - Dr. Thiago e
Dr. Goulart. 39 - Valorização e ampliação do Programa Saúde da Família. 40 -
Criação do Portal da Transparência. 41 - Retirada de 36 milhões de pessoas da
miséria. 42 - Redução em 79%, em dez anos, do desmatamento da Amazônia. 43 -
Promoção de 42 milhões de brasileiros à classe média. 44 - Crescimento e
consolidação da produção de energias limpas e renovação. 45 - Bolsa Família. 46
- Políticas implementadas no Brasil não reconhecidas internacionalmente. 47 -
Luz Para Todos. 48 - Criação da Empresa Brasileira de Comunicação. 49 - 15,2
milhões de brasileiros conquistaram o acesso à energia eólica – Ver. Cecchim,
lá nas grotas de Ibiraiaras, como lá nas grotas de Santa Maria, de onde viemos
nós dois. 50 - Ampliação de brasileiros conectados à Internet. 51 - Saída do
Brasil do mapa da fome da ONU. 52 - Programa Nacional de Promoção da Cidadania e
Diversidade Cultural. 53 - Melhoria de renda dos brasileiros. 54 - Novo
Simples, com redução de impostos para a micro e pequena empresa. 55 - Queda na
desigualdade social. 56 - Petrobras subiu no ranking das melhores e mais valiosas petrolíferas do mundo. 57 -
Investimento público, por Capital, em política social teve crescimento de mais
de 80%. 58 - Queda de 30,8% no desemprego em dez anos. 59 - Desenvolvimento do
Brasil com inclusão social. 60 - Ampliou as relações comerciais do Brasil com diversos
países do mundo, especialmente da África. 61 - Mais recursos para a saúde. 62 -
Redução da mortalidade infantil. 63 - Criação do Farmácia Popular.
Quanto ao item 56, da Petrobras, que subiu no ranking das melhores empresas do mundo,
tem os que querem privatizar o petróleo brasileiro, como o José Serra. 67 -
Criação do Brasil Sorridente. 68 - Renascimento da indústria naval brasileira.
Quem não lembra que o Collor e o Fernando Henrique sucatearam a empresa naval?
Rio Grande resgatou. Está em crise hoje? É verdade, mas resgatou a empresa
naval. 69 - Descobrimento do Pré-Sal, Ver. Janta e Ver. Kevin Krieger, que me
chamavam a atenção para a Petrobras: hoje, está no Congresso Nacional um
projeto do José Serra para entregar o Pré-Sal e toda uma política que nós sabemos
para a Exxon, que é a empresa americana, porque 75% dos recursos do Pré-Sal já
estão definidos para a educação e 25% para a saúde, direto para os Municípios.
A pedido da base de apoio do Governo Federal
presente, do PP, do PMDB e do Solidariedade - que fica em cima do muro –, quero
dizer a todos os colegas: Item 70 - Programa Saúde Não Tem Preço.
(Aparte antirregimental.)
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sim, corrijo aqui: o Solidariedade é oposição, sim, ao Governo Federal.
Por último, quero dizer que o Presidente Lula fez
70 anos, os quais comemorou com a sua família, a Presidente Dilma e o Prefeito
Haddad, que está fazendo um conjunto de enfrentamentos, Ver. Cecchim, em São
Paulo, que precisamos fazer em todas as cidades brasileiras, no que diz
respeito à Reforma Urbana. Tem um aqui em Porto Alegre está caindo de maduro: o
nosso Centro está abandonado. Temos que trabalhar as políticas integradas.
Concluo com
a nossa audiência da Câmara, com a grande maioria dos Vereadores que nos
acompanhou, fazendo o debate na tribuna, dizendo que 70 anos, para um
nordestino que saiu do Interior do Nordeste, num pau-de-arara e que se tornou
Presidente da República, tem que ser orgulho para qualquer brasileiro.
Quero concluir, me colocar à disposição e
perguntar: foi feito tudo o que se precisa? Não, temos muito que fazer ainda,
mas muito do que foi feito não tem como combater. Um grande abraço, muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo PLE nº 036/15, de autoria do Governo Municipal.
O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, hoje esta Câmara foi um teatro, no bom
sentido. O Ver. Dr. Goulart citou Shakespeare durante cinco minuto aqui, fez um
espetáculo! Agora, o Ver. Engº Comassetto, a quem saúdo pelo artista que foi ao
fazer essa representação; tem que ser artista corajoso, e ele é! Este Governo,
o Lula, o PT, recebem muito mais atenção do Comassetto do que eles dão ao
Vereador. Eles deveriam olhar para o Comassetto mais do que olham, porque para
fazer uma defesa dessas, do Governo Lula ou da personalidade do Lula... Eu
sempre digo que eu tenho uma coisa que eu concordo com o Lula, que é o Prouni.
Com o Prouni estou de acordo, porque oportuniza essas pessoas fazerem um curso
superior, pelo Governo Federal. E por falar em Prouni, eu vi no Item nº 52,
aqui, o Cultura Viva, que é um programa do Lula, e vejo a Ver.ª Sofia, durante
o dia, falar que falta dinheiro para cultura, para um prédio que era da Caixa
Federal, que o Raul Pont comprou, e que não tem dinheiro para cultura, mas onde
está a Cultura Viva? Não tem Cultura Viva. Isso foi no Item nº 52. O Item nº 1
era a fotografia dos parabéns a você. Eu já mostrei, várias vezes, a fotografia
do Lula, da Presidente Dilma e do Eike Batista, com as mãos sujas de óleo. Eles
já estavam avisando ao Brasil que suas mãos, naquela época, já estavam sujas! O
tal do Pré-Sal, Ver. Comassetto, V. Exa. fez um discurso aqui e preparou 70
itens dedicados a comemorar os 70 anos do Lula. A próxima fotografia, Ver.
Cassio Trogildo, do Lula, nos seus 71 anos, eu imagino, pelo menos é o que se
diz pelo Brasil afora, que seja do Lula algemado; 71 anos e um ano de cadeia,
dá 171. Acho que vai ser isso, pelo andar da carruagem, com tantas falcatruas.
Sem desmerecer o trabalho do Ver. Comassetto, por favor, foi um belo trabalho
que ele apresentou aqui, com o Lula e sua família toda sorridente, só que eu
estou desconfiado que, na próxima fotografia, quando o Lula completar 71 anos,
as roupas serão com listras na horizontal. Ou seja, toda a família estará de
uniforme. Tenho a impressão que as fotos serão assim, começando pela primeira
até a última; a primeira, será aquela do Lula algemado, com um ano de cadeia,
com 71 anos – 171 –, e a última será com a família sorridente – e por favor eu
quero que ela continue unida e feliz na vida e com muita saúde, isso, sim –,
mas com aquela roupa com listras na horizontal, com toda a família
uniformizada. Entendo assim porque foi isso o que eles fizeram com o Brasil.
Nós estamos cheio de pessoas soltas na Cidade por terem cometido pequenos
crimes, cumprindo prisão domiciliar, pois que seja prisão domiciliar para essa
família, ou melhor, só para aqueles que cometeram delitos, mas, pelo jeito, é a
maioria, pelo menos pelo o que a imprensa, o Ministério Público e a Polícia
Federal dizem. Eu quero que o Lula viva muitos anos, pelo menos por mais uns
oito ou doze anos, que é o tempo da pena que ele terá de cumprir. Então, é bom
que ele esteja vivo, com saúde. Onde ele estiver, eu torço pela saúde dele e de
sua família. Com saúde não se brinca, inclusive com a do Lula. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, eu queria convidar os colegas Vereadores que estão aqui
presentes, bem como os que sem encontram em seus gabinetes, para a nossa
reunião da Comissão Especial da Saúde, às 17h. Inclusive o Dr. Goulart e o
Janta, que fazem parte da Comissão, que questionaram aqui o repasse dos
recursos da saúde. Até então era o Casartelli, do PTB, então o PTB vai indicar
seu substituto. Hoje estaremos recebendo o Secretário Municipal da Saúde para
discutir justamente a insuficiência dos recursos de saúde para Porto Alegre,
bem como o problema dos filantrópicos, entre outros. E por último, quero dizer
ao Ver. Cecchim que gostaria muito de fazer um debate do conteúdo que
apresentei, que contestasse o conteúdo. Dizer que vai ser preso, que não vai,
isso está sendo dito todos os dias, de todos os políticos, e gostaria de, num
próximo momento, fazer um debate do conteúdo, se os dados apresentados aqui são
ou não são verdadeiros. O Brasil saiu do mapa da fome ou não saiu, por exemplo?
O SR. IDENIR
CECCHIM: Eu gostaria muito de fazer esse debate, até porque o da Petrobras até o
Ver. Comassetto pulou para não contar que roubaram a Petrobras.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria deste
Presidente, que solicita inversão da ordem dos trabalhos, passando,
imediatamente, à discussão de Pauta e logo após a discussão da Pauta Especial.
Após retornaremos à ordem normal. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1709/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 155/15, de autoria do Ver. Alberto Kopittke, que
institui a Feira da São Jorge e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
PROC.
Nº 1973/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 187/15, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que
obriga a identificação do autor de projeto de lei aprovado e a inclusão de sua
exposição de motivos nas publicações da respectiva lei pelo Executivo
Municipal.
PROC.
Nº 0388/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 025/14, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que
proíbe, no Município de Porto Alegre, o uso de produtos fumígenos em áreas
verdes públicas.
PROC.
Nº 1719/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 032/14, de autoria do Ver. Clàudio Janta, que
cria o Fundo de Provisões, de natureza contábil e financeira, destinado à
quitação de verbas e indenizações trabalhistas objeto de condenação judicial
dos empregados de empresas contratadas para prestar serviços contínuos ao
Município de Porto Alegre, no caso de falência ou encerramento das atividades.
PROC.
Nº 2169/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 216/15, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que
denomina Rua Maria Luiza Menezes Vieira o logradouro não cadastrado conhecido
como Beco Dois – Avenida Antônio Carvalho –, localizado no Bairro Jardim
Carvalho.
PROC.
Nº 2213/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 218/15, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Clávio Morais Varela o logradouro público cadastrado conhecido
como Rua Três Mil Cento e Quarenta e Quatro, localizado no Bairro Partenon.
PROC.
Nº 2452/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 242/15, de autoria da Mesa Diretora, que dispõe
sobre a concessão de gratificação pelo exercício de trabalho em condições de
insalubridade ou de periculosidade na Câmara Municipal de Porto Alegre – CMPA –
e revoga as Leis nºs 5.404, de 9 de abril de 1984, 5.568, de 2 de maio de 1985,
5.626, de 18 de setembro de 1985, e 5.776, de 21 de julho de 1986, a Resolução
nº 1.347, de 2 de julho de 1997, e o art. 12 da Lei nº 11.929, de 6 de outubro
de 2015.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 1417/15 – PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 004/15, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa,
que susta, com base no inc. IV do art. 57 da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre, a Resolução EPTC nº 3, de 9 de junho de 2010 – que delimita as áreas
onde será proibido o tráfego de Veículos de Tração Animal e Tração Humana no
Município de Porto Alegre e dá outras providências –, alterada pela Resolução
EPTC nº 4, de 28 de fevereiro de 2013.
PROC.
Nº 2038/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 203/15, de autoria do Ver. Alberto Kopittke, que
altera a ementa e o art. 1º, caput e
§ 1º, da Lei nº 9.206, de 5 de setembro de 2003, alterando homenagem a Zumbi
dos Palmares para uma estátua.
PROC.
Nº 2269/15 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 020/15, que altera a composição do Conselho
Municipal de Educação – CME/POA – e dá outras providências.
PROC.
Nº 2346/15 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 033/15, que estabelece normas gerais sobre vida
útil e fomento à adoção de novas tecnologias ecologicamente sustentáveis nos
veículos da frota do Sistema de Transporte Público Coletivo por Ônibus de Porto
Alegre, revogando a Lei nº 2.758, de 4 de dezembro de 1964.
PROC.
Nº 1962/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 183/15, de autoria do Ver. Elizandro Sabino, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Luiz Carlos Alves Chaves.
PROC.
Nº 2061/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 208/15, de autoria do Ver. Mendes Ribeiro, que
obriga os órgãos e as entidades da Administração Pública Municipal, Direta e
Indireta, a informar, em seus anúncios publicitários, de forma clara, o valor
pago pela respectiva inserção, bem como obriga que, em materiais de eventos
patrocinados por esses órgãos ou essas entidades, conste o valor do respectivo
patrocínio.
PROC.
Nº 2082/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 210/15, de autoria do Ver. Elizandro Sabino, que
denomina Rua Ezequiel de Carvalho Corrêa o logradouro público não cadastrado
conhecido como Rua F – Loteamento Nossa Senhora da Esperança –, localizado no
Bairro Belém Velho.
PROC.
Nº 2260/15 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 031/15, que cria cargos de Farmacêutico de
provimento efetivo na Administração Centralizada do Município, que passam a
integrar a letra “a”, e altera o item “Identificação” no quadro descritivo, do
Anexo I da Lei nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988, e dá outras providências.
PROC.
Nº 2347/15 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 034/15, que desafeta e autoriza a alienação por
investidura das Áreas 1 e 2 da passagem de pedestres nº 2511, localizada entre
a Avenida Tarso Dutra e a Rua Mário Leitão, às empresas lindeiras Mustang
Administração de Bens e Participações Societárias Ltda. e Condor
Empreendimentos Imobiliários S/A.
PROC.
Nº 2379/15 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 022/15, que inclui inc. XXVII no caput do art. 21 e inc. XXX e § 14 no caput do art. 70 da Lei Complementar nº
07, de 7 de dezembro de 1973; e inclui inc. VII e § 7º no art. 8º da Lei
Complementar nº 197, de 21 de março de 1989. (Redução/Isenção/ISS/IPTU/ITBI/Área
Tecnológica)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não há inscritos para
discutir a Pauta.
Passamos à
(05 oradores/10 minutos/com aparte)
3ª SESSÃO
PROC.
Nº 2350/15 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 035/15, que estima a receita e fixa a despesa do
Município de Porto Alegre para o exercício econômico-financeiro de 2016.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Esse ponto é importante discutir na Pauta Especial. Tenho reproduzido
aqui em todas as falas a respeito da Lei de Diretrizes Orçamentárias do
Orçamento Municipal, e entendo que esse é um dos debates mais importantes desta
Casa. Ouvi atentamente os meus colegas Vereadores falarem da Saúde, e quero
aqui fazer um desafio neste momento, sobre os recursos da saúde de Porto Alegre
e de onde é a origem dos recursos da Saúde de Porto Alegre. Ver. Cecchim, está
aqui o nosso Orçamento, e quero fazer um desafio ao senhor para verificar se é
o Governo do Estado ou o Governo Federal que cumpre o compromisso que tem com o repasse dos recursos da saúde. Todos nós
sabemos, nesse momento: primeiro, que o Sartori, que é do PMDB, apoiado pelo
PP, pelo PDT, pelo Solidariedade, que aqui estão, cortou aquele compromisso que
pela primeira vez na história do Rio Grande do Sul foi alcançado, que foi o
Governador Tarso... Mas eu quero discutir conteúdo com o senhor, xingar o Tarso
eu acho que não cai bem para o senhor, deixe para aqueles que gritam na frente
do Palácio. Qual dos governos que está repassando o seu compromisso dos
recursos para a saúde? O Sartori negou os 12%, cortou dinheiro para todos os
hospitais filantrópicos – hoje os hospitais filantrópicos estão quebrando e em
Porto Alegre cortando leitos.
Outra questão: esse
problema é transferido para os municípios do Interior. Daqui a uns minutos,
estaremos debatendo aqui com o Secretário Municipal da Saúde. Eu fiquei
impressionado – e nós poderemos tirar esta dúvida com o Secretário – que mais
de 60% dos atendimentos emergenciais e dos atendimentos qualificados vêm do
Interior do Estado para a saúde de Porto Alegre, caem na responsabilidade da
rede de Porto Alegre. Nós podemos suportar isso? A população de Porto Alegre
bate aqui nesta Casa cobrando qualidade na saúde. E a nossa responsabilidade
neste momento em que estamos discutindo o Orçamento, é fazer com que o recurso
chegue na saúde.
Ver. Kevin Krieger, o
senhor e o seu grupo, que coordenam o serviço de assistência social em Porto
Alegre, o senhor tem que vir aqui dizer de onde vem a maioria dos recursos hoje
aplicados no serviço social de Porto Alegre. Grande parte deles vem dos
recursos do Governo Federal, dos programas de ações sociais. E a FASC, o
serviço social para o próximo ano tem R$ 380 milhões como um todo; R$ 183
milhões, associados com os outros programas sociais, chegam a mais de R$ 300
milhões, com direitos humanos, programas habitacionais, programas sociais: R$
380 milhões. De onde vem a maioria desses recursos? Nós temos que debater aqui,
até para não vir aqui fazer uma acusação no Governo Federal só porque são
contra o Presidente Lula ou contra a Presidente Dilma. Aliados, eu tenho dito
aqui, Ver.ª Lourdes, não só para tirar proveito dos benefícios, é para defender
programas, principalmente os sociais. E o nosso assessor do PRB, que está aqui,
duvidou dos feitos do Presidente Lula. O PRB é um aliado federal e é um
defensor dos trabalhos sociais, pelo menos se comporta assim dentro do Governo
onde ocupa cargos. O Brasil saiu do mapa da fome da ONU, é pouca coisa isso?
Não, não é pouca coisa. E essa é uma conjunção dos trabalhos sociais daqueles
que defendem em todos os seguimentos. Agora, não basta defender, tem que ter
ações práticas. Nós temos problemas? É claro que temos problemas. Ver. Kevin
Krieger, o seu partido e seu grupo que comandam o DEP têm que aqui dizer de
onde estão saindo a maioria dos recursos de investimento para os novos projetos
do DEP. Neste momento, tem um projeto no bairro Moinhos de Vento, tem o projeto
Passo d’Areia, que são nada mais nem menos do que R$ 227 milhões oriundos do
Governo Federal. Tem o mérito da gestão local de fazer o projeto e disputar?
Claro que sim, não podemos deixar de reconhecer isso. Agora, não dá para querer
dizer que só um é responsável pelos benefícios, e o outro só pelos prejuízos.
Ver. Cassio Trogildo, a sua equipe, a sua relação
coordena do Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB, de onde sai a maioria
dos recursos para aplicar nos projetos habitacionais em Porto Alegre, se não é
do Minha Casa, Minha Vida em termos de investimentos, em termos de
estruturação? E nós recebemos aqui, semanalmente, comunidades reivindicando
mais, mais e mais. Porque falta um conjunto de ações políticas a ser desenvolvido
em Porto Alegre no que diz respeito à reforma urbana, à regularização
fundiária. Os 18 projetos que o Secretário Everton apresentou aqui para nós,
que estão em desenvolvimento neste momento, sob a responsabilidade do Município
de Porto Alegre, têm financiamento do Governo Federal, ou dinheiro a fundo
perdido, que é do Minha Casa, Minha Vida. É disso que nós estamos tratando
aqui. Agora, acontecerão esses 18 projetos com mais as entidades, que dá em
torno de 30 projetos em Porto Alegre, isso significa construir em torno de 20 a
25 mil unidades habitacionais novas, que estão todas em projeto ainda em
gestação. Nós temos que debater aqui, Ver. Cecchim, é responsabilidade do seu
Governo, e o seu partido e o seu colega Vereador são responsáveis pela SMURB e
pela aprovação de projetos. Por que não sai a aprovação dos projetos,
inclusive, dos projetos da Prefeitura? Por que não sai? Por que trancam na
Prefeitura? Por que trancam na Secretaria do Meio Ambiente? É isso que é
discutir Orçamento. Se nós estamos aprovando o Orçamento, eu não gostaria que o
Governo Fortunati mantivesse o índice de investimento deste ano. Sabe qual foi
o índice de investimento este ano, de todo o dinheiro aprovado aqui para
investimento? Foram 22% já comprometidos e, no ano passado, foram 38%. Pagou
somente 17% até agora do investimento deste ano. Tem 22% empenhados. No ano
passado, foram 38%. Bom, sobre esses números nós precisamos debater. E todo
investimento que nós aprovamos que é do Governo Federal? Ver. Cecchim, já é a
terceira vez que quebram o corredor da Av. Bento Gonçalves, constroem e
reconstroem. Quem paga isso? Quem paga esse custo indireto é o pequeno
comerciante que está ali, que está com a rua trancada, que quebrou o pequeno
comerciante, que o trânsito não conseguiu passar e assim sucessivamente.
O Sr. Cassio
Trogildo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Comassetto, só para contribuir no debate, o senhor reiteradamente
tem dito que o Município não executa os investimentos. Para eu não precisar ir
à tribuna novamente lhe dizer o que eu já disse anteriormente, quando o
Município contrata – isso que o senhor está dizendo que o DEP ou outros
contrataram –, é obrigado a orçamentar e logicamente que não vai ser executado
num único exercício. Por isso a execução fica nesses níveis, nesses patamares
percentuais, porque é obrigado a orçamentar. Obrigado.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Ver. Cassio, com todo respeito que tenho ao senhor, que foi Secretário,
eu tenho discutido aqui, é claro que executam, é claro que elaboram projetos,
mas as 17 obras que aí estão foram contratadas para serem obras da Copa. Aí
ficaram só quatro obras da Copa, passaram para o PAC 2. Nós já estamos
terminando o Governo Fortunati e Melo, e as obras continuam perturbando a vida
da Cidade e gastando dinheiro público. O que eu me refiro aqui é ter uma
capacidade de gestão diferente da que aí está, uma capacidade de gestão com
qualidade, porque, no meu ponto de vista, não tem qualidade. Um grande abraço,
quero continuar o debate. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Boa tarde. Ver. Comassetto, tive uma provocação de vir a esta tribuna
para falar do Orçamento da Assistência Social em Porto Alegre. Não sei se foi
meu entendimento, mas me pareceu que o Governo Federal investe mais que o
Governo Municipal.
Então, até porque nós estamos tratando de
Orçamento, é importante que a gente faça essa correção, Ver. comassetto. Já me
ouviste muitas vezes, nesta tribuna, elogiar as políticas públicas do Governo
Federal quando elas são sérias. Inclusive na área da Assistência Social já
elogiei, principalmente quando foi criada a Lei Federal do Sistema Único da
Assistência Social e que Porto Alegre, ao longo dos anos, se regrou. Inclusive,
eu não tenho conhecimento ainda, Ver. Cecchim, se outra Capital já aprovou um
projeto de lei do Sistema Único da Assistência Social. Nós aprovamos. Esta Casa
aprovou, com a criação, inclusive de 650 cargos novos para servidores públicos,
diminuindo o número de cargos de confiança! Estão sendo chamados aos poucos,
porque, infelizmente, o momento em que se vive, nacional, estadual e municipal,
não nos permite chamar todos os servidores que gostaríamos, mas o Orçamento
hoje da Assistência Social na cidade de Porto Alegre, Ver. Mauro Pinheiro,
nosso Presidente, é de R$ 183 milhões, e R$ 13 milhões que vêm do Governo
Federal. Então são R$ 183 milhões dos cofres municipais, investimento do
Município de Porto Alegre, e R$ 13 milhões que vêm do Governo Federal, que são
importantes, que apoiam, que colaboram nos projetos e nos programas que nós
temos hoje na Assistência Social.
É importante que se diga, Ver. Cecchim, que eu
vejo, também, muitas questões em relação ao veto do projeto de lei que nós
tivemos quanto ao Plano Municipal da Cultura, que quis colocar 1,5% da nossa
receita corrente líquida nos primeiros cinco anos e 3% nos cinco anos
seguintes, e a oposição sabia que essa emenda era inconstitucional. Ver. Idenir
Cecchim e Ver.ª Lourdes, que são Vereadores desta Cidade que trabalham muito,
vocês lembram, há dez anos, quando o Prefeito Fogaça assumiu a Prefeitura de
Porto Alegre, quantas crianças e adolescentes estavam nas ruas da Cidade? Mais
de 700 crianças e adolescentes viviam nas ruas, utilizavam as ruas como
moradia. Eu era conselheiro tutelar, anteriormente, Ver. Cecchim. E, quando
queríamos fazer uma abordagem a essas crianças, faltava kombi para o
Conselheiro ir. Na época do Fogaça, foi criado o Programa Ação Rua, através do
qual mais de 120 trabalhadores fazem abordagens a crianças e adolescentes e
encaminham para os espaços de proteção. Por que eu fiz a relação, Ver.
Comassetto, com a cultura, que é fundamental nesse processo? Por não deixar as crianças
irem para as ruas, mas retirar essas crianças delas.
Naquela época, quando eu era conselheiro tutelar,
de 2001 a 2004, eu muito escutei e muito li notícias do Governo do PT dizendo
que a rua é um espaço lúdico, que é onde crianças e adolescentes fazem
amizades, Ver. Engº Comassetto.
O Sr. Engº
Comassetto: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Kevin, eu quero aqui fazer um diferencial. Quando o PT governou,
há 11 anos, quando deixou o Governo, já tem duas gerações novas de cidadãos, em
Porto Alegre, que nem passaram pela gestão do PT. Mas quero dizer que, naquele
período, na assistência social, na habitação, na educação, na saúde e nos investimentos, o Município de Porto Alegre não recebia recursos
que recebe a fundo perdido e/ou programas de financiamento que tem como
parceiro o Governo Federal. Nós temos uma diferença fundamental na relação
republicana Município e União com o Governo. A partir do Presidente Lula
começou a se mudar essa sistemática. Ainda falta muito, o Governo Federal ainda
concentra muito a arrecadação, sim. Eu sou municipalista, sou defensor de
refazer o pacto federativo, inclusive discutindo essas políticas públicas. Esse
debate que precisamos fazer.
O SR. KEVIN KRIEGER: Sem dúvida, e é isso
que estamos fazendo na tarde de hoje. Tenho também que reconhecer que é
importante que este momento de intempéries que vivemos hoje, de enchentes, de
inundações, e temos visto o Brasil inteiro sofrendo com isso, o Departamento de
Esgotos Pluviais tem tido no Governo Federal um grande parceiro nos
investimentos. Reconheço que o Secretário Tarso Boelter foi incansável na
montagem dos projetos, e conseguiu – se não me engano – aprovar R$ 237 milhões
para Porto Alegre que beneficiarão as pessoas.
O Sr. Idenir Cecchim: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Kevin, estou pedindo este aparte para
respeitar uma telespectadora, Maria de Lourdes Barbosa. Ela, simplesmente,
disse que depois das 70 enumerações do Ver. Comassetto, a pressão dela subiu.
Depois, com os nossos sequentes esclarecimentos, ela não precisou tomar o
remédio. Quero mandar um abraço para a Maria de Lourdes Barbosa e agradecer a
assistência dela.
O Sr. Eng.º Comassetto: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero me colocar à disposição da Maria de
Lourdes para ir à sua comunidade debater os 70 pontos aqui apresentados com a
maior tranquilidade. E inclusive ouvir a incompreensão que ela possa ter sobre
alguns pontos para justificar um a um deles. Muito obrigado.
O SR. KEVIN KRIEGER: Com certeza, a nossa cidadã de
Porto Alegre, Maria de Lourdes, está vendo, e eu não tenho dúvida que como ela
é assídua da TV Câmara, assistiu e escutou a sua manifestação. Para finalizar,
eu quero dizer, Ver. Comassetto, que todos os Governos, sejam municipais,
estaduais ou federais, têm seus erros e têm seus acertos. Infelizmente, ao
longo de muitos anos, no Governo Federal, a oposição, no tempo em que o PT
fazia oposição, só criticava, inclusive, nem a Constituição Brasileira ela
assinou. E, hoje, nós temos uma oposição, Ver. Clàudio Janta, no Governo
Federal, que é pequena, infelizmente é pequena, e o Ver. Cecchim vai concordar
comigo. Vários dos Deputados Federais do PMDB e do PP hoje estão no Governo
Federal; não os nossos, mas vários estão, porque a política nacional hoje não é
como a gente gostaria que fosse. E a reforma política e a reforma tributária
não saíram nos últimos doze anos, por quê? Quem é que comanda o Executivo? Se
fôssemos nós, Cecchim, responsáveis, aqui, a base do Governo já tinha sido
explodida. Como é que vocês não fazem essa reforma? Como é que o Governo
Federal não conseguiu fazer a reforma política e tributária se comanda essa
base de Governo há muitos anos?
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Nós damos continuidade à discussão do Orçamento, e sobre as nossas
emendas, que foram rejeitadas, nós queremos dizer que a nossa intenção é
aplicar bem o recurso público e que não adianta fazer uma estimativa de 3 mil
esterilizações, porque a procriação é muito rápida, e isso é um número ínfimo.
No tempo em que tínhamos a Coordenadoria, que era só um setor na Prefeitura, já
se fez uma licitação presencial, onde três empresas compareceram e foram
licitado três mil e poucos procedimentos, com microchipagem com uma empresa que venceu, que é uma clínica bem conhecida em esterilização. Então, eu
chamo a atenção que, se persistissem números de três mil e poucos procedimentos,
seria um retrocesso, porque hoje nós temos uma Secretaria consolidada com
recursos humanos, veterinários concursados, e que tem know-how em fazer mais esterilizações, no mínimo 10
mil ao ano para uma capital. E também acelerar e aumentar a fiscalização,
porque nos temos duplas e, quem sabe, podemos ter fiscalização de moto para
facilitar idas a determinados locais e para atendimento nos primeiros socorros,
nos primeiros atendimentos em que a população chama e não sabe o que fazer. Com
relação ao fundo, nós já tínhamos colocado emenda, em anos anteriores, sobre o
Hospital, que dizem que haverá doações; é o que se falava, que os R$ 3,5
milhões não constam no fundo para o hospital veterinário. E o cadastro que nós
tanto pedimos, que é o cadastro municipal de animais, iniciando pelos bairros,
porque nós temos muitas vilas e para chegar nelas é necessário que, primeiro,
os bairros estejam já cadastrados. Mas não é um cadastro simples de colocar um chip e só estar escrito o nome do setor.
Tem de estar cadastrado num software
que pode ser simples, mas que tenha o nome do proprietário do animal. Senão,
nós vamos estar a vida inteira resgatando animais e encaminhando-os,
alojando-os em canis – como eu disse anteriormente, canis não são a solução,
como também não é a solução fazer poucas castrações sem identificar o
proprietário e educá-lo que deve colocar esse animal para dentro da sua área,
porque, depois, geram problemas de saúde pública, muito mais caros para o Poder
Público fazer a administração. Nós sabemos que, por lei, o Poder Público é
responsável e tem a tutela desses animais. Então, as nossas previsões, as
nossas emendas visam a isso: aumentar esse atendimento, contribuindo para
políticas públicas para que a população tenha essa noção do que se está fazendo
para, realmente, contribuir com a procriação. Não deixar procriar, mas não a um
número muito reduzido, como está previsto. Nós, certamente, vamos apresentar.
Embora tenha um funcionário que veio orientar sobre o orçamento e disse em que
propaganda não se poderia mexer, e também não
poderia propor mais nada para a Secretaria. Como é a nossa área, a causa
animal, nós estamos sempre buscando fazer com que o Município tenha
disponibilidade financeira e que venha atender, no ano, às necessidades reais
de uma Cidade, em que vemos tantas pendências de fiscalização de maus-tratos,
em que vemos tanta procriação e tantos filhotes abandonados. E vai chegar a um
ponto em que a população não vai mais ter como fazer esses resgates, porque,
hoje, há mais oferta do que procura, e não se encontram, tão facilmente, lares
para encaminhar os animais. Então nós vamos reapresentar as nossas propostas e
colocar para avaliação do plenário. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio
Janta está com palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente,
Vereadores, nós estamos discutindo, realmente, o Orçamento do Município que
virá para esta Câmara. O Ver. Comassetto deu um relato aqui de algumas áreas do
Município que funcionam na questão de repasses da União, repasses que a União
tem que fazer, já que ela detém uma fatia grande do Orçamento, uma fatia grande
dos recursos arrecadados, principalmente de impostos. Para a população que nos
assiste, de cada R$ 100,00 hoje arrecadados, aqui na cidade de Porto Alegre,
somente em impostos, sem taxas, R$ 62,00 ficam para a União. Então, realmente,
a União tem que ser responsável por fazer repasses, Ver. Cecchim e Ver.
Delegado Cleiton, para a área de Habitação, para a área de Saúde. Porque a
União é responsável pela alta complexidade, é responsável por ter os hospitais
na cidade de Porto Alegre. Volto a falar aqui do relato que ouvimos de que as
coisas não funcionam para atender às cirurgias marcadas nos fins de semana, só
funcionam na Emergência. A União é responsável por programas de acolhimento às
pessoas, então tem que fazer esses repasses. Agora, o Município de Porto Alegre
tem as suas políticas públicas, e, nessas políticas públicas, o Município
depende dos recursos que vêm da União e dos recursos que vêm do Governo do
Estado. A União, como já falei aqui, de cada R$ 100,00, fica com R$ 62,00.
Então, nada mais justo do que ela retornar aos contribuintes e à população.
Fala-se muito hoje em
recriar a CPMF. Eu sou contra qualquer criação e aumento de impostos; agora, se
o CPMF ficasse nos municípios, se todos os impostos ficassem nos municípios,
nos Estados, seria muito mais fácil de a gente cobrar. As pessoas vêm à Câmara
de Vereadores cobrar que esta Casa resolva os seus problemas, que nós
resolvamos os problemas, em todas as áreas, mas os recursos não estão aqui. Nós
gostaríamos de resolver; se tivéssemos os recursos, se os recursos ficassem
aqui, com certeza resolveríamos a questão da cultura. Houve um debate muito
grande nesta Casa, na semana passada, e achamos que é importante desenvolver a
cultura, é importante a gente ter os nossos grupo de teatro, de dança, de
cinema, de toda a diversidade da cultura; agora, precisamos de recursos, e o
Município está esgoelado, assim como o Estado. A União fez vários cortes.
Somente na área da Saúde, cortou R$ 9 bilhões; na Educação, cortou mais R$ 7
bilhões e assim vem cortado. Fez um novo corte de mais R$ 3 milhões na área da
Saúde e agora vai ter que fazer novos cortes, porque tem um déficit de R$ 100
milhões.
Então, nós
apresentamos alternativas, estamos pedindo recursos, eles são escassos,
apresentamos emendas à LOA, não é o ideal, mas é o que a gente acha que pode
construir, com criatividade e com os recursos que o Município tem. A nossa
Cidade, como todas as cidades, exige que se faça um novo pacto. É necessário se
fazer um novo pacto. O problema é que os Governos, lá chegando, mudam o seu
discurso. Esperamos que, nas próximas eleições, quem assumir realmente faça um novo
pacto, que a União divida esse bolo, que não concentre todo o dinheiro em
Brasília e que, principalmente, repasse mais para os municípios, que cada vez
mais têm dívidas, seja na educação, na assistência social, na saúde, na
segurança pública, pois cada vez mais os Estados repassam responsabilidade para
os municípios, cada vez mais retirando recursos dos municípios. Cada vez que um
governo faz um agrado para um segmento, principalmente na indústria, reduzindo
impostos, ele está retirando do Fundo de Participação dos Municípios, está
retirando do senhor e da senhora que nos assistem em casa, está retirando da
sua família o dinheiro, está retirando investimentos que podiam ir para o seu
saneamento básico, que podiam ir para a creche do seu bairro, para a escola do
seu bairro, para a UBS do seu bairro. Toda vez que a União faz um agrado para
uma grande indústria, toda vez que a gente abre o jornal e liga a TV e vê um
desvio de grande proporções, como temos visto na República, esse dinheiro está
saindo de incentivos que a União poderia dar para o nosso Município, para
melhorar a nossa vida.
Então, vamos seguir
discutindo o Orçamento anual do nosso Município, buscando as melhorias que
consideramos necessárias na assistência social, na educação, na saúde e na cultura.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo o Memorando nº 005/15, de autoria do Ver. Kevin Krieger, nos
termos do art. 227, § 6º e 7º do Regimento – justificativa de falta –, que
comunica a sua participação em reunião no gabinete da Senadora Ana Amélia Lemos
para tratar de assuntos pertinentes ao Município de Porto Alegre, em Brasília,
no dia 15 de outubro de 2015.
Visivelmente
não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h21min.)
* * * * *